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Cartas do CárCere - Estaleiro Editora

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forte e completamente senhora de si: nom deves aban<strong>do</strong>narte<br />

à inércia e adiá-lo sempre. É algo que me fai muito dano,<br />

porque também eu devo tomar decisons e fiquei indeciso à<br />

espera de umha atitude tua, positiva ou negativa, mas certa.<br />

Nom quero escrever-che sobre mim; penso que estou no ar<br />

e portanto qualquer juízo só pode ser falso. a minha vida<br />

nom depende de mim; depende das autoridades da polícia,<br />

em primeiro lugar, e depois de muitas outras circunstáncias.<br />

Quero escrever-che agora umha série de pensamentos que me<br />

vinham quan<strong>do</strong> estava no cárcere: procurava responder à pergunta<br />

«que me condenou ao cárcere, isto é, a levar esta determinada<br />

vida desta determinada maneira?». a resposta nom<br />

era simples, porque na realidade, para além da força principal<br />

que determina o ato no seu conjunto, existem outras tantas<br />

forças, que de maneira consciente ou inconscientemente participam<br />

da determinaçom concreta de umha circunstáncia ou<br />

de outra, as quais som sentidas por vezes com mais força que<br />

o ato principal. em soma, quero dizer que a tua incerteza é a<br />

causa da minha incerteza, e que deves ser forte e corajosa para<br />

me ajudares tu<strong>do</strong> quanto possível, tal como eu gostaria de fazer<br />

por ti e infelizmente nom po<strong>do</strong>. Um abraço<br />

antonio<br />

•<br />

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