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Tutela Jurisdicional - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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a força maior exonera o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>; b) a culpa da<br />

vítima constitui causa <strong>de</strong> isenção total ou parcial ; c) o dano eventual,<br />

incerto, inexistente a fortiori ou não apreciável não acarreta a<br />

responsabilida<strong>de</strong>; d) para que provoque a reparação, é preciso que<br />

o dano seja direto; e) <strong>de</strong>sconhecimento <strong>do</strong> dano moral" 40 .<br />

Hodiernamente não merece aplicação a exposição <strong>do</strong> autor<br />

cita<strong>do</strong> no que diz respeito ao dano moral, quer diante <strong>do</strong> que aduz o<br />

artigo 5º, incisos V e X, da CRFB/88, quer diante <strong>do</strong> que prevêem o<br />

artigo 186 <strong>do</strong> Código Civil <strong>de</strong> 2002 e o verbete nº 37, da Súmula da<br />

Jurisprudência pre<strong>do</strong>minante no e. Superior <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> Justiça, que<br />

dispõem implícita e explicitamente o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizar quan<strong>do</strong><br />

houver violação <strong>de</strong> direitos da personalida<strong>de</strong>.<br />

Importante salientar e reafirmar que o direito brasileiro a<strong>do</strong>tou<br />

como regra a responsabilida<strong>de</strong> civil objetiva das pessoas jurídicas<br />

<strong>de</strong> direito público, com fundamento na teoria <strong>do</strong> risco administrativo,<br />

admitin<strong>do</strong>, porém, a invocação das exclu<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> nexo causal<br />

acima enumeradas, e não acolheu, salvo raras exceções previstas<br />

expressamente em lei, a teoria <strong>do</strong> risco integral, em que resta vedada<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exclusão <strong>do</strong> nexo <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> 41 .<br />

III - A RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS<br />

DE DIREITO PÚBLICO EM RAZÃO DA EDIÇÃO DE ATOS<br />

LÍCITOS<br />

Po<strong>de</strong>-se afirmar que, como regra, o ato da administração capaz<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>flagrar o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizar <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>verá ser ilícito 42 .<br />

40<br />

Ob. cit. p. 207.<br />

41<br />

Não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> registrar aqui a crítica formulada pelo sau<strong>do</strong>so publicista Hely Lopes Meirelles à teoria <strong>do</strong><br />

risco integral: "A teoria <strong>do</strong> risco integral é a modalida<strong>de</strong> extremada da <strong>do</strong>utrina <strong>do</strong> risco administrativo, aban<strong>do</strong>nada<br />

na prática, por conduzir ao abuso e à iniquida<strong>de</strong> social. Por essa fórmula radical, a administração ficaria obrigada<br />

a in<strong>de</strong>nizar to<strong>do</strong> e qualquer dano suporta<strong>do</strong> por terceiros, ainda que resultante <strong>de</strong> culpa ou <strong>do</strong>lo da vítima. Daí por<br />

que foi acoimada <strong>de</strong> 'brutal', pelas graves conseqüências que haveria <strong>de</strong> produzir se aplicada na sua inteireza". In<br />

Direito Administrativo Brasileiro. 23ª ed. São Paulo: Malheiros, 1998, p. 533.<br />

42<br />

Karl Larenz, ao abordar o tema da in<strong>de</strong>nização pela prática <strong>de</strong> atos ilícitos que causam danos, afirma que: "el or<strong>de</strong>namiento<br />

jurídico no se conforma con establecer la responsabilidad por conducta culpable y antijurídica. La convivencia humana<br />

hace exigible que el or<strong>de</strong>namiento jurídico permita activida<strong>de</strong>s a las que va uni<strong>do</strong> un riesgo consi<strong>de</strong>rable. Cuan<strong>do</strong> este<br />

riesgo acaece y otra persona resulta perjudicada, pue<strong>de</strong> ser conforme a la equidad imponer en to<strong>do</strong> o en parte la<br />

responsabilidad en estos supuestos a aquella persona que originó la situación <strong>de</strong> riesgo o se sirvió <strong>de</strong> ella para su provecho,<br />

aunque no se le pueda acusar en haber infringi<strong>do</strong> la ley. En estos casos hablamos <strong>de</strong> 'responsabilidad pro riesgo'". LARENZ,<br />

Karl. Derecho <strong>de</strong> Obligaciones. Madri: Editorial Revista <strong>de</strong> Direito Priva<strong>do</strong>, 1958, v. 1, p. 191.<br />

174 Revista da EMERJ, v. 10, nº 37, 2007

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