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Tutela Jurisdicional - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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Medidas <strong>de</strong> Segurança<br />

Álvaro Mayrink da Costa<br />

Desembarga<strong>do</strong>r aposenta<strong>do</strong> <strong>do</strong> TJ/RJ,<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Fórum Permanente <strong>de</strong><br />

Execução Penal e Professor da EMERJ.<br />

Advoga<strong>do</strong>.<br />

1. VISÃO CRÍTICA NORMATIVA<br />

1.1. A Reforma brasileira da Parte Geral, <strong>de</strong> 1984, acabou com a distinção<br />

entre periculosida<strong>de</strong> real e periculosida<strong>de</strong> presumida, constante<br />

<strong>do</strong>s arts. 77 e 78 <strong>do</strong> Código Penal <strong>de</strong> 1940. A periculosida<strong>de</strong> real é<br />

verificada pelo juiz penal, ao passo que a presumida <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> lei. A<br />

periculosida<strong>de</strong> real é constatada pelo juiz penal através <strong>do</strong> exame <strong>de</strong><br />

insanida<strong>de</strong> mental para saber se o pericia<strong>do</strong> é ou não <strong>do</strong>ente mental ou<br />

porta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento mental incompleto ou retarda<strong>do</strong>. Ao passo<br />

que a periculosida<strong>de</strong> é presumida por força <strong>de</strong> norma legal, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong><br />

que o inimputável seja interna<strong>do</strong> em hospital <strong>de</strong> custódia para<br />

tratamento psiquiátrico 1 . Assim, os reinci<strong>de</strong>ntes em injusto <strong>do</strong>loso não<br />

mais serão presumidamente perigosos, apenas os autores inimputáveis<br />

<strong>de</strong> injustos penais continuarão presumidamente perigosos, visto que o<br />

art. 97, 1ª parte <strong>do</strong> Código Penal, <strong>de</strong>termina a imposição <strong>de</strong> medida <strong>de</strong><br />

segurança ao autor <strong>de</strong> injusto penal inimputável. Outrossim, inexiste<br />

pela Reforma <strong>de</strong> 1984 qualquer vinculação <strong>do</strong> juízo penal à <strong>de</strong>claração<br />

<strong>de</strong> periculosida<strong>de</strong> real, como existia no art. 77, §1º, <strong>do</strong> Código<br />

Penal <strong>de</strong> 1940, pois como vimos, <strong>de</strong>sapareceu o conceito <strong>de</strong><br />

periculosida<strong>de</strong> real. Devo lembrar que foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> o sistema vicariante<br />

e substituí<strong>do</strong> o duplo binário, daí só se po<strong>de</strong> presumir a periculosida<strong>de</strong><br />

1<br />

Arts. 26 e 27, <strong>do</strong> CP.<br />

Revista da EMERJ, v. 10, nº 37, 2007<br />

17

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