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Tutela Jurisdicional - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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Guilherme Couto <strong>de</strong> Castro, por sua vez, esclarece que "É ler<br />

o art. 37, § 6.º, da Constituição e <strong>de</strong>duzir que a responsabilida<strong>de</strong><br />

objetiva <strong>de</strong>corre da ação administrativa, e não da omissão não ligada<br />

a <strong>de</strong>ver específico <strong>de</strong> agir"; e prossegue o festeja<strong>do</strong> Autor afirman<strong>do</strong><br />

que tal situação "Nem po<strong>de</strong>ria ser diferente, pois isto implicaria<br />

cobertura, pelo Esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong> boa parte <strong>do</strong>s riscos inerentes à vida<br />

coletiva", situação que acabaria por configurar a já exposta teoria<br />

<strong>do</strong> risco integral, que, salvo raras e expressas exceções, não tem<br />

guarida no direito brasileiro 64 .<br />

Assim, po<strong>de</strong>-se concluir que apenas as omissões específicas<br />

das pessoas jurídicas <strong>de</strong> direito público serão consi<strong>de</strong>radas como<br />

causas diretas e imediatas <strong>de</strong> eventuais danos, capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>flagrar<br />

o necessário nexo <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> a ensejar o <strong>de</strong>ver jurídico <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizar,<br />

não se olvidan<strong>do</strong> que o <strong>de</strong>ver tem <strong>de</strong> advir <strong>de</strong> imposição<br />

legal ou, na ausência disso, da situação prática que reclamava uma<br />

ação razoável por parte <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Público. No caso das omissões<br />

genéricas, <strong>de</strong>ve, como regra, prevalecer a irresponsabilida<strong>de</strong> civil<br />

estatal, não caben<strong>do</strong>, neste caso, a aplicação da teoria subjetiva<br />

para responsabilização <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

O entendimento aqui <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong> parece coadunar com a <strong>do</strong>utrina<br />

<strong>de</strong> Juan Carlos Cassagne, eis que assim professou, in verbis:<br />

"La clave para <strong>de</strong>terminar la falta <strong>de</strong> servicio y,<br />

consecuentemente, la proce<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> la responsabilidad estatal<br />

por un acto omisivo se encuentra en la configuración o<br />

no <strong>de</strong> una omisión antijurídica. Esta última se perfila sólo<br />

cuan<strong>do</strong> sea razonable esperar que el Esta<strong>do</strong> actúe en <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

senti<strong>do</strong> para evitar los danõs en la persona o en los bienes<br />

<strong>de</strong> los particulares. Ahora bien, la configuración <strong>de</strong> dicha<br />

omisión antijurídica requiere que el Esta<strong>do</strong> o sus entida<strong>de</strong>s<br />

incumplan una obligación legal expressa o implícita (art. 1074,<br />

Cód. Civ.) tal como son las vinculadas con el ejercicio <strong>de</strong> la<br />

policía administrativa, incumplimiento que pueda hallarse<br />

64<br />

CASTRO, Guilherme Couto <strong>de</strong>. A Responsabilida<strong>de</strong> Civil Objetiva no Direito Brasileiro. 3. ed. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Forense, 2000, p. 61.<br />

Revista da EMERJ, v. 10, nº 37, 2007<br />

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