25.12.2014 Views

Tutela Jurisdicional - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

Tutela Jurisdicional - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

Tutela Jurisdicional - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

IV - A TUTELA JURISDICIONAL TEMPESTIVA PARA O RÉU<br />

Questiona-se na <strong>do</strong>utrina se a tutela jurisdicional seria também<br />

um direito <strong>do</strong> réu.<br />

Enten<strong>de</strong>-se que, ao contestar um pedi<strong>do</strong> formula<strong>do</strong> em seu<br />

<strong>de</strong>sfavor, o réu também está buscan<strong>do</strong> o provimento jurisdicional,<br />

ainda que no senti<strong>do</strong> contrário àquele <strong>de</strong>manda<strong>do</strong> pelo autor contra<br />

o Esta<strong>do</strong>-juiz.<br />

Esta é a lição <strong>de</strong> Humberto Theo<strong>do</strong>ro Junior, 15 citan<strong>do</strong> Enrico<br />

Tuilio Liebman:<br />

"Na lição <strong>de</strong> Liebman: 'A ação é, portanto, o direito subjetivo<br />

que consiste no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> produzir o evento a que está condiciona<strong>do</strong><br />

o efetivo exercício da função jurisdicional. Exerce-a,<br />

na verda<strong>de</strong>, não apenas o autor, mas igualmente o réu, ao se<br />

opor à pretensão <strong>do</strong> primeiro e postular <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> um provimento<br />

contrário ao procura<strong>do</strong> por parte daquele que propôs a<br />

causa, isto é, a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> ausência <strong>do</strong> direito subjetivo<br />

invoca<strong>do</strong> pelo autor. Assim, como é lícito ao autor propor uma<br />

ação <strong>de</strong>claratória negativa, e isto reconhecidamente é exercício<br />

<strong>do</strong> direito <strong>de</strong> ação, que é autônomo e abstrato, o mesmo<br />

passa quanto ao réu, que ao contestar requer uma sentença<br />

<strong>de</strong>claratória negativa. E é, justamente, isto que obtém quan<strong>do</strong><br />

o pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> autor é <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> improce<strong>de</strong>nte'".<br />

Este também é o entendimento <strong>de</strong> Ovídio Baptista: 16<br />

"Ambos, porém, tanto o autor que age quanto o réu que se<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>, têm igual pretensão <strong>de</strong> tutela jurídica, e, portanto,<br />

idêntico direito <strong>de</strong> obter uma sentença <strong>de</strong> mérito. Diz-se pretensão<br />

<strong>de</strong> tutela jurídica a este po<strong>de</strong>r atribuí<strong>do</strong> a qualquer pessoa<br />

que exigir <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> a prestação da ativida<strong>de</strong> jurisdicional,<br />

consistente não no auxílio que o juiz possa dar àquele em favor<br />

<strong>de</strong> quem ele haja reconheci<strong>do</strong> a existência <strong>de</strong> direito e<br />

15<br />

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso <strong>de</strong> Direito Processual. 18. ed. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro: Forense, 1996. V. l.<br />

16<br />

SILVA, Ovídio Araújo Baptista da. Curso <strong>de</strong> direito civil. 4. ed. São Paulo: RT, v. l, p. 103.<br />

Revista da EMERJ, v. 10, nº 37, 2007<br />

247

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!