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Tutela Jurisdicional - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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No entanto, uma vez que se mantenha vislumbra<strong>do</strong> o comportamento<br />

omissivo presumivelmente como causa <strong>do</strong> dano e<br />

uma vez que a responsabilida<strong>de</strong> objetiva prescin<strong>de</strong> da culpa<br />

para o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizar, estaríamos transforman<strong>do</strong> a teoria<br />

<strong>do</strong> risco administrativo em risco quase integral, pois mesmo<br />

que o Esta<strong>do</strong> tenha agi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> absoluto limite <strong>do</strong> razoável,<br />

não violan<strong>do</strong> qualquer <strong>de</strong>ver legal, persistiria a obrigação<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizar.<br />

(...)<br />

Restaria então a manutenção da responsabilida<strong>de</strong> subjetiva,<br />

em princípio, para os atos estatais omissivos, que nos parece o<br />

melhor caminho a ser segui<strong>do</strong>. Neste senti<strong>do</strong>, não enxergamos<br />

no advento <strong>do</strong> atual Código Civil qualquer dificulda<strong>de</strong><br />

adicional no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> encontrar fundamento legal para tal<br />

hipótese 54 ".<br />

Manten<strong>do</strong> o posicionamento anterior, Sergio Cavalieri Filho<br />

continuou a enten<strong>de</strong>r, mesmo após a vigência <strong>do</strong> Código Civil <strong>de</strong><br />

2002, que será subjetiva a responsabilida<strong>de</strong> da Administração Pública<br />

em casos <strong>de</strong> danos oriun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> fatos da natureza e nos casos <strong>de</strong><br />

fatos <strong>de</strong> terceiros. Confira-se:<br />

"Por to<strong>do</strong> o exposto, é <strong>de</strong> se concluir que a responsabilida<strong>de</strong><br />

subjetiva <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> não foi <strong>de</strong> to<strong>do</strong> banida da nossa or<strong>de</strong>m<br />

jurídica. A regra é a responsabilida<strong>de</strong> objetiva, fundada na teoria<br />

<strong>do</strong> risco administrativo, sempre que o dano for causa<strong>do</strong><br />

por agentes <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, nessa qualida<strong>de</strong>; sempre que houver<br />

direta relação <strong>de</strong> causa e efeito entre a ativida<strong>de</strong> administrativa<br />

e o dano. Resta, ainda, espaço, todavia, para a responsabilida<strong>de</strong><br />

subjetiva nos casos acima examina<strong>do</strong>s - fatos <strong>de</strong> terceiros<br />

e fenômenos da Natureza -, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong>-se, então, a responsabilida<strong>de</strong><br />

da Administração, com base na culpa anônima<br />

ou falta <strong>do</strong> serviço, seja porque este funcionou mal ou funcionou<br />

tardiamente.<br />

54<br />

TELLES, Eduar<strong>do</strong> Maccari. “A Responsabilida<strong>de</strong> Civil <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> por Atos Omissivos e o Novo Código Civil”. In A<br />

Responsabilida<strong>de</strong> Civil Empresarial e da Administração Pública. (org.) Patrícia Ribeiro Serra Vieira. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />

Janeiro: Lumen Juris, 2004, p. 241-242.<br />

Revista da EMERJ, v. 10, nº 37, 2007<br />

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