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Tutela Jurisdicional - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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Aceitar a responsabilida<strong>de</strong> civil subjetiva da Administração<br />

Pública em casos <strong>de</strong> omissões específicas seria impor ao lesa<strong>do</strong> o<br />

<strong>de</strong>ver <strong>de</strong> provar uma conduta negligente, impru<strong>de</strong>nte ou imperita<br />

<strong>do</strong> agente público, situação que o legisla<strong>do</strong>r, sobretu<strong>do</strong> o constitucional,<br />

buscou extirpar <strong>do</strong> or<strong>de</strong>namento jurídico brasileiro. Advirta-se,<br />

por oportuno, que ao lesa<strong>do</strong> incumbirá o ônus da prova da omissão<br />

estatal, isto é, <strong>do</strong> seu <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> agir previsto em lei ou da<br />

irrazoabilida<strong>de</strong> da abstenção, bem como <strong>do</strong> dano e <strong>do</strong> nexo <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong>,<br />

não bastan<strong>do</strong> singelas alegações, eis que allegatio et non<br />

probatio quasi non allegatio.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, não se po<strong>de</strong> chegar ao absur<strong>do</strong> <strong>de</strong> imaginar<br />

que todas as situações configura<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> omissão estatal serão passíveis<br />

<strong>de</strong> fazer surgir o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizar das pessoas jurídicas <strong>de</strong><br />

direito público, com fundamento na sua responsabilização objetiva.<br />

O Esta<strong>do</strong> não po<strong>de</strong> ser concebi<strong>do</strong> como um segura<strong>do</strong>r universal <strong>de</strong><br />

to<strong>do</strong>s os males ocorri<strong>do</strong>s na socieda<strong>de</strong> 59 . Somente as omissões específicas<br />

é que <strong>de</strong>vem ser levadas em consi<strong>de</strong>ração para a<br />

<strong>de</strong>flagração <strong>do</strong> nexo <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> e, assim, da conseqüente obrigação<br />

<strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizar, ante a regra inserta no artigo 403 <strong>do</strong> Código<br />

Civil <strong>de</strong> 2002.<br />

Neste senti<strong>do</strong> vem se posicionan<strong>do</strong> a jurisprudência <strong>do</strong> Egrégio<br />

<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> Justiça <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, merecen<strong>do</strong> <strong>de</strong>staque<br />

a ementa <strong>de</strong> acórdão cuja relatoria competiu ao<br />

Desembarga<strong>do</strong>r Gilberto Rego, em que se confirmou sentença que<br />

julgara improce<strong>de</strong>nte o pedi<strong>do</strong> formula<strong>do</strong> em <strong>de</strong>manda com pedi<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização aforada em face <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, por<br />

portanto, a ca<strong>de</strong>ia causal. Prece<strong>de</strong>ntes cita<strong>do</strong>s: RE 130764/PR (RTJ 143/270), RE 172025/RJ (DJU <strong>de</strong> 19.12.96) e RE<br />

179147/SP (RTJ 179/791)". (BRASIL. Supremo <strong>Tribunal</strong> Fe<strong>de</strong>ral. RE 369820/RS. Órgão Julga<strong>do</strong>r: Primeira Turma,<br />

Relator: Min. Carlos Veloso, Julgamento: 04/11/2003, Pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> publicação. Notícia <strong>de</strong> julgamento veiculada no<br />

informativo <strong>de</strong> jurisprudência <strong>do</strong> Egrégio Supremo <strong>Tribunal</strong> Fe<strong>de</strong>ral n.º 329. In http://www.stf.gov.br.).<br />

59<br />

Registre, porque oportuno, que não se <strong>de</strong>sconhecem os estu<strong>do</strong>s acerca da socialização <strong>do</strong>s riscos, bem como da<br />

viabilida<strong>de</strong> da criação <strong>de</strong> um seguro social a ser geri<strong>do</strong> pelo Esta<strong>do</strong>, mas custea<strong>do</strong> por toda a socieda<strong>de</strong>, para<br />

in<strong>de</strong>nizar os danos nas situações em que não for possível <strong>de</strong>scobrir o seu causa<strong>do</strong>r, sempre com fundamento na teoria<br />

da solidarieda<strong>de</strong> social. Nesse senti<strong>do</strong>, à guisa <strong>de</strong> exemplo, mister citar os trabalhos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s por Wilson Melo<br />

da Silva na sua obra Responsabilida<strong>de</strong> Sem Culpa. São Paulo: Saraiva, 1974, Capítulo XII, p. 164 e seguintes; bem<br />

como por Patrícia Serra Vieira, In: “Responsabilida<strong>de</strong> Civil Objetiva no Direito <strong>de</strong> Danos”. Tese cit. p. 117 e seguintes.<br />

Mencione-se que, segun<strong>do</strong> a notícia veiculada no jornal Valor, a SUSEP, por meio da Circular nº 235, <strong>de</strong>finiu as<br />

regras para a implementação <strong>do</strong> seguro <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> civil, que <strong>de</strong>vem ser adaptadas pelas segura<strong>do</strong>ras até<br />

janeiro <strong>de</strong> 2001. "Susep <strong>de</strong>fine seguro <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> civil". O Valor. Legislação & Tributos, 11/12/2003, p. E2.<br />

186 Revista da EMERJ, v. 10, nº 37, 2007

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