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Tutela Jurisdicional - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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a sua <strong>de</strong>cisão no prazo <strong>de</strong> cinco dias da conclusão <strong>do</strong>s autos, após<br />

cumpri<strong>do</strong> o <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> processo legal, com a realização das diligências<br />

requeridas e da manifestação <strong>do</strong> órgão <strong>do</strong> Ministério Público e<br />

<strong>do</strong> cura<strong>do</strong>r ou <strong>de</strong>fensor, nos prazos legais. Abre-se, por óbvio, a<br />

exceção <strong>de</strong> ser realiza<strong>do</strong> o exame <strong>de</strong> periculosida<strong>de</strong> durante o<br />

prazo mínimo, mediante requerimento <strong>do</strong> Ministério Público ou <strong>do</strong><br />

interessa<strong>do</strong>. Para a antecipação da perícia exige-se a fundamentação<br />

<strong>do</strong> pedi<strong>do</strong>, cujos limites imediativos serão avalia<strong>do</strong>s pelos peritos.<br />

Da <strong>de</strong>cisão, cabe agravo. Na hipótese <strong>de</strong> prorrogação, a qualquer<br />

tempo po<strong>de</strong>rá o juiz da execução <strong>de</strong>terminar que seja procedi<strong>do</strong><br />

novo exame <strong>de</strong> cessação <strong>de</strong> periculosida<strong>de</strong>, mesmo antes <strong>do</strong><br />

prazo fixa<strong>do</strong>, em sua prorrogação. A medida <strong>de</strong> segurança é relativamente<br />

in<strong>de</strong>terminada, perduran<strong>do</strong> enquanto o paciente, posta<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> insanida<strong>de</strong> mental, <strong>de</strong>monstrar periculosida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> estar<br />

sempre sen<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> no hospital <strong>de</strong> custódia, a fim <strong>de</strong> que<br />

não seja esqueci<strong>do</strong> e nele manti<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> inexiste quadro <strong>do</strong> risco<br />

social 44 .<br />

6.3. A gran<strong>de</strong> questão da nossa atualida<strong>de</strong> é a substituição da pena<br />

privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> pela medida <strong>de</strong> segurança por ter sobrevin<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>ença mental ao sentencia<strong>do</strong> durante a execução. Há duas correntes<br />

diante da interpretação <strong>do</strong> §1º, <strong>do</strong> art. 97 <strong>do</strong> Código Penal: a)<br />

o término da pena não po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>do</strong> como marco final da medida<br />

<strong>de</strong> segurança substituta, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> durar até que cesse a<br />

periculosida<strong>de</strong> <strong>do</strong> autor <strong>do</strong> injusto penal; b) inadmissível prolongarse<br />

por prazo in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> a internação em hospital <strong>de</strong> custódia e<br />

tratamento psiquiátrico, fican<strong>do</strong> a medida substitutiva restritiva ao<br />

tempo restante da pena imposta 45 com a <strong>de</strong>cisão transitada em jul-<br />

44<br />

Art. 97, §2º, <strong>do</strong> CP. (A perícia médica realizar-se-á ao termo <strong>de</strong> prazo mínimo fixa<strong>do</strong> e <strong>de</strong>verá ser repetida <strong>de</strong> ano<br />

a ano ou a qualquer tempo, se o <strong>de</strong>terminar o juiz da execução). A periculosida<strong>de</strong> admitida como um juízo <strong>de</strong><br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> restrição <strong>de</strong> injustos penais é marcada pela incerteza gerada pela própria problemática da afirmação<br />

<strong>de</strong> previsibilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>terminabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> comportamento humano. O juiz da execução, que incumbe afirmá-la<br />

ou não, diante <strong>do</strong> processo e <strong>do</strong> perfil <strong>do</strong> imputa<strong>do</strong>, ancora<strong>do</strong> no princípio <strong>do</strong> livre convencimento motiva<strong>do</strong> não<br />

está, por óbvio, agrilhoa<strong>do</strong> ao lau<strong>do</strong> pericial. Diante <strong>do</strong> alto grau <strong>de</strong> incerteza, cogitan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> juízo <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> cometimento futuros injustos penais relevantes <strong>de</strong>vem os pacientes ser periodicamente reavalia<strong>do</strong>s para diminuir<br />

o risco <strong>de</strong> violação da garantia <strong>do</strong> paciente e da macrossocieda<strong>de</strong>.<br />

45<br />

Neste senti<strong>do</strong>: STJ, HC 12 957-SP, 5ª. T., Rel. Min. Felix Fischer, j. 8.8.2000, DJU 4.9.2000.<br />

Revista da EMERJ, v. 10, nº 37, 2007<br />

37

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