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Química Tito e Canto - Vol. 2 - 5ª Ed. 2009

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Moderna plus

Parte III

Unidade K

Capítulo 36 Cinética dos decaimentos radioativos

química

química na abordagem

do cotidiano

2

tito

canto

1

informe-se sobre a química

O acidente do césio-137*

Era 13 de setembro de 1987. Um aparelho de radioterapia contendo césio-

-137 encontrava-se abandonado no prédio do Instituto Goiano de Radioterapia,

desativado havia cerca de 2 anos. Dois homens, à procura de sucata,

invadiram o local e encontraram o apare lho, que foi levado e vendido ao

dono de um ferro-velho.

Durante a desmontagem do aparelho, foram expostos ao ambiente 19,26 g

de cloreto de césio-137 ( 137 CsC,), pó branco semelhante ao sal de cozinha, que,

no entanto, brilha no escuro com uma coloração azulada.

Reprodução

chico ferreira/angular

Autorradiografia de uma folha de mangueira próxima

ao local de abertura da cápsula. A imagem foi obtida no

escuro. O césio-137 presente na folha emitiu a radia ção

que impressionou o filme.

A cápsula de césio-137 envolvida no acidente de Goiânia,

selada em um barril cheio de concreto, é mantida em

isolamento (outubro de 1987). Posteriormente, foi levada

para o depósito de lixo ra dioativo em Abadia de Goiás.

Encantado com o brilho do pó, o dono do ferro-velho passou a mostrá-lo

e até distribuí-lo a amigos e parentes.

Os primeiros sintomas da contaminação (tonturas, náuseas, vômitos e

diarreia) apareceram algumas horas depois do contato com o pó, levando

as pessoas a procurar farmácias e hospitais, sendo medicadas como portadoras

de alguma doença contagiosa. Os sintomas só foram caracterizados

como contaminação radioativa em 29 de setembro, depois que a esposa

do dono do ferro-velho levou parte do aparelho desmontado até a sede da

Vigilância Sanitária.

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Na época, quatro pessoas morreram. Segundo a Comissão Nacional de

Energia Nuclear (CNEN), além delas, de 112.800 pessoas que foram monitoradas,

129 apresentaram contaminação corporal interna e externa. Destas, 49

foram internadas e 21 exigiram tratamento médico intensivo.

A propagação do césio-137 para as vizinhanças da casa onde o aparelho

foi desmontado se deu por diversas formas. Merece destaque o fato de o

CsC, ser higroscópico, isto é, absorver água da atmosfera. Isso faz com que

ele fique úmido e, assim, passe a aderir com facilidade na pele, nas roupas

e nos calçados. Levar mãos ou alimentos contaminados à boca resulta em

contaminação interna do organismo.

* O 137 Cs é b-emissor e se transforma em 137 Ba, g-emissor.

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