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ANAIS - VOLUME I - WordPress.com

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260nunciam o caráter de neutralidade ainda imperantenas polícas públicas. Eles cobram que as polícas seabram para o princípio da equidade, na garana doacesso aos direitos universais aos homens e às mulheres,por meio de ações específicas e afirmavas voltadasaos grupos historicamente discriminados. Tratardesigualmente os desiguais requero pleno reconhecimento do direito à diferença e o posicionamentoradical na luta pela superação das desigualdadessocioeconômicas, regionais, de acesso àterra, possibilitando o usufruto dos direitos humanos.270-Os movimentos sociais, sobretudo os de caráteridentário, são os principais atores polícos que problemazamessa situação. São os colevos polícos<strong>com</strong>o os movimentos negro, feminista, LGBT, das pessoas<strong>com</strong> deficiência, ecológico, do campo, indígena,quilombola, dos povos da floresta, das <strong>com</strong>unidadestradicionais, dentre tantos, que problemazam e denunciamo caráter de neutralidade ainda imperantenas polícas públicas. Eles cobram que as polícas seabram para o princípio da equidade, na garana doacesso aos direitos universais aos homens e às mulheres,por meio de ações específicas e afirmavas, voltadasaos grupos historicamente discriminados. Tratardesigualmente os desiguais requer o pleno reconhecimentodo direito à diferença e o posicionamento radicalna luta pela superação das desigualdades socioeconômicas,regionais, de acesso à terra e moradia (VI,7), possibilitando o usufruto dos direitos humanos.271-Mas não é qualquer concepção de direitos humanos.Trata-se do entendimento dos direitos humanosque problemaze a <strong>com</strong>preensão abstrata de humanidadeainda reinante em muitos discursos, polícase prácas. Ao introduzir essa reflexão, os movimentossociais explicitam para o Estado, a sociedade, as escolasde educação básica e a universidade o jogo deforças e de relações de poder nos quais se apoiam,historicamente, algumas discussões hegemônicas sobreos direitos humanos. Denunciam que, por detrásde muitos desses discursos, prevalece a concepção dehumanidade que nega a diversidade e reforça um determinadopadrão de humano: branco, masculino, declasse média, heterossexual e ocidental.272-Nessa concepção homogeneizante de direitos humanosuniversais, a diversidade é colocada <strong>com</strong>o umproblema e não <strong>com</strong>o um dos principais eixos da experiênciahumana. Por isso, é preciso <strong>com</strong>preender adiversidade <strong>com</strong>o a construção histórica, cultural, sociale políca das diferenças. Ela é construída no processohistórico-cultural, na adaptação do homem e damulher ao meio social e no contexto das relações depoder.272-Nessa concepção homogeneizante de direitos humanosuniversais, a diversidade é colocada <strong>com</strong>o umproblema e não <strong>com</strong>o um dos principais eixos da experiênciahumana. Por isso, é preciso <strong>com</strong>preender a diversidade<strong>com</strong>o a construção histórica, cultural, sociale políca das diferenças . Ela é construída no processohistórico-cultural, na adaptação (VI, 8)do homem e damulher ao meio social e no contexto das relações depoder.273-A produção social, cultural e histórica das diferençasnão é problemáca em si. A questão que se colocaé que, no contexto das relações de poder, os gruposhumanos não só classificam as diferenças <strong>com</strong>o,também, hierarquizam-nas, colocam-nas em escalasde valor e, nesse processo, subalternizam uns/umasem relação a outros/as. Quando os vínculos sociais sequebram, devido a processos autoritários, ao uso daforça e à colonização, o poder se exacerba, a pontode um grupo (país, nação, etnia etc.) excluir, discriminare segregar o/a outro/a, devido a suas diferenças.Nesse processo, as diferenças são transformadas emdesigualdade.274-Para avançar na discussão, é importante <strong>com</strong>preenderque a luta pelo reconhecimento e o direito à diversidadenão se opõe à luta pela superação das desigualdadessociais. Pelo contrário, ela coloca em questãoa forma desigual pela qual as diferenças vêm sendohistoricamente tratadas na sociedade, na escola e

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