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o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...

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mais eficazmente. Ou seja, fazer escolhas didáticas a<strong>de</strong>quadas para manter o aluno s<strong>em</strong>pre <strong>na</strong><br />

zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento proximal e administrar os paradoxos acima.<br />

Para isso, argumentamos que o professor po<strong>de</strong> lançar mão <strong>de</strong> uma perturbação<br />

intencio<strong>na</strong>l do contrato didático (SLONGO et al., 2001) ou do que Brousseau (1986) chama<br />

<strong>de</strong> ruptura didática do contrato, caracterizada pela <strong>de</strong>volução versus a contra-<strong>de</strong>volução. Essa<br />

estratégia caracteriza o confronto entre os saberes e entre as regras implícitas e explícitas do<br />

contrato e coloca, ou recoloca, o aluno <strong>em</strong> seu ritmo <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>. A <strong>de</strong>volução didática<br />

ocorre no momento <strong>em</strong> que o professor transfere ao aluno a responsabilida<strong>de</strong> do <strong>processo</strong> <strong>de</strong><br />

construção do conhecimento. Suas escolhas didáticas envolv<strong>em</strong> saberes que já foram<br />

apresentados aos alunos, mas também avança <strong>em</strong> direção a novas aquisições. Para usar uma<br />

linguag<strong>em</strong> vigotskia<strong>na</strong>, as <strong>situações</strong>-probl<strong>em</strong>a propostas pelo professor estão <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma<br />

zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento proximal do aluno. O aluno sabe que o professor sabe a resposta e<br />

que po<strong>de</strong> ajudá-lo a alcançá-la.<br />

Todavia, o professor terá que reconhecer os limites da <strong>de</strong>volução e aceitar a contra<strong>de</strong>volução,<br />

o que irá <strong>de</strong>mandar uma mudança <strong>de</strong> estratégias. Isso implica aceitar que o<br />

contrato didático não é unilateral e que não po<strong>de</strong>rá explicitar tudo, pois <strong>de</strong>sse modo, como<br />

po<strong>de</strong>ria se dar sua ruptura didática?<br />

Toda a <strong>de</strong>volução didática somente po<strong>de</strong> se conceber se os participantes presentes pu<strong>de</strong>r<strong>em</strong> aceitar a<br />

perspectiva <strong>de</strong> uma eventual contra-<strong>de</strong>volução. Mas, on<strong>de</strong> estão as rupturas nesse caso, se todas as<br />

regras são explícitas, e comportam estas da <strong>de</strong>volução versus a contra-<strong>de</strong>volução? Elas se situam<br />

essencialmente <strong>na</strong>s características das <strong>situações</strong> que o professor propõe aos alunos. É através <strong>de</strong>ssas<br />

últimas que os alunos se ren<strong>de</strong>m às intenções do professor, mas também da possibilida<strong>de</strong> que há <strong>de</strong> as<br />

recusar” (JONNAERT, 1996, p.143).<br />

É nesse ambiente dinâmico e que comporta múltiplas variáveis, entre elas as relações<br />

pessoais com os saberes, que as concepções e representações dos alunos exerc<strong>em</strong> suas<br />

influências no <strong>processo</strong> <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>. Trata-se <strong>de</strong> manter o aluno <strong>em</strong> uma constante<br />

ruptura didática do contrato estabelecido, ou seja, um permanente “jogo” <strong>de</strong> <strong>de</strong>volução versus<br />

contra-<strong>de</strong>volução.<br />

Johsua (1996) já havia <strong>de</strong>stacado o probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> reduzir os obstáculos à aprendizag<strong>em</strong><br />

ao campo cognitivo e ressalta a atualida<strong>de</strong> dos trabalhos <strong>de</strong> Vigotski sobre a influência do<br />

contexto e das relações sociais nesse <strong>processo</strong>. Mas aqui alguns pontos merec<strong>em</strong> um<br />

aprofundamento:<br />

1) Nesse terreno <strong>de</strong> múltiplas relações com os saberes é fundamental um <strong>processo</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>conceitualização</strong> dinâmico que, se <strong>de</strong> um lado, cont<strong>em</strong>pla a <strong>de</strong>volução versus a contra-

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