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o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...

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Da consi<strong>de</strong>ração acima, vinculamos diretamente a outro ponto que merece<br />

aprofundamento e que se refere à questão da resolução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as, visto que <strong>em</strong> sua gran<strong>de</strong><br />

maioria, os probl<strong>em</strong>as são ape<strong>na</strong>s formas <strong>de</strong> trei<strong>na</strong>r para um maior domínio da linguag<strong>em</strong><br />

formal ou da ex<strong>em</strong>plificação e/ou <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> um dado conceito presente no corpo<br />

constitutivo dos esqu<strong>em</strong>as teóricos.<br />

Muitas vezes os probl<strong>em</strong>as visam ape<strong>na</strong>s sedimentar o formalismo, sendo mais uma<br />

continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> [I, R] do que uma situação nos termos <strong>de</strong> Verg<strong>na</strong>ud propriamente dito. A<br />

idéia <strong>de</strong> Verg<strong>na</strong>ud <strong>de</strong> que os conceitos adquir<strong>em</strong> sentido <strong>na</strong>s <strong>situações</strong> e, portanto, “se<br />

<strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> através da resolução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as” (VERGNAUD, 1983b, p. 172), <strong>de</strong>ixa claro<br />

o papel da resolução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as no âmbito do <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>conceitualização</strong> (SOUSA;<br />

FÁVERO, 2001; MOREIRA, 2002). Sendo assim, sua compreensão t<strong>em</strong> respaldo <strong>na</strong> vertente<br />

epist<strong>em</strong>ológica i<strong>na</strong>ugurada por Thomas Kuhn, sintetizada <strong>na</strong> noção <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plares, da qual<br />

<strong>de</strong>preen<strong>de</strong>-se que a apreensão teórica se dá não só pelo domínio <strong>de</strong> generalizações simbólicas,<br />

mas também das “soluções concretas <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as que os estudantes encontram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

início <strong>de</strong> sua educação científica, seja nos laboratórios, exames ou no fim dos capítulos dos<br />

manuais científicos” (KUHN, 1975, p.232). Po<strong>de</strong>-se ainda pensar que tal aproximação<br />

serviria <strong>de</strong> um bom apoio para i<strong>de</strong>ntificar as estratégias <strong>de</strong> ação <strong>de</strong> novatos e experts<br />

(LARKIN, 1983) nessa ativida<strong>de</strong>, verificando a evolução dos conceitos-<strong>em</strong>-ação para os<br />

conceitos científicos.<br />

Por outro lado, trata-se <strong>de</strong> uma relação fraca entre a epist<strong>em</strong>ologia <strong>de</strong> Kuhn e teoria<br />

psicológica <strong>de</strong> Verg<strong>na</strong>ud, pois não se po<strong>de</strong> correr o risco <strong>de</strong> cair numa estereotipia <strong>de</strong><br />

esqu<strong>em</strong>as o que, ao mesmo t<strong>em</strong>po, não minimizaria a incerteza da mobilização <strong>em</strong> <strong>situações</strong><br />

não-didáticas.<br />

Na teoria <strong>de</strong> Verg<strong>na</strong>ud, as <strong>situações</strong> [S] participam ativamente do <strong>processo</strong> <strong>de</strong><br />

aprendizag<strong>em</strong>, isto é, da <strong>conceitualização</strong> progressiva, o que significa uma inseparabilida<strong>de</strong><br />

da tripla [S, I, R]. Neste sentido, as <strong>situações</strong> não são ape<strong>na</strong>s probl<strong>em</strong>as a ser<strong>em</strong> resolvidos<br />

por um esqu<strong>em</strong>a pre<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do, mas parte integrante do <strong>processo</strong> <strong>de</strong> construção dos<br />

esqu<strong>em</strong>as. Isto é, o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> apreensão dos conceitos conjuntamente à resolução <strong>de</strong><br />

probl<strong>em</strong>as v<strong>em</strong> a posteriori, pressupondo que o aluno tenha o domínio <strong>de</strong> um certo esqu<strong>em</strong>a<br />

formal e conceitual [I, R].<br />

Então, é inegável que a resolução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as t<strong>em</strong> um papel importante <strong>na</strong><br />

assimilação e sedimentação dos conceitos e do formalismo <strong>em</strong> [I, R]; entretanto, é<br />

interessante observar que não parece que [S] possa ser i<strong>de</strong>ntificado somente <strong>na</strong> resolução <strong>de</strong>

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