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o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...

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O Ensino <strong>de</strong> Física, ou <strong>de</strong> qualquer outra área do conhecimento, que seja oferecido segundo uma única<br />

perspectiva, por ex<strong>em</strong>plo, o formalismo (ou “formulismo”?) conceitual e a resolução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as,<br />

corre o risco <strong>de</strong> não conseguir estabelecer um diálogo profícuo com boa parte dos alunos. O<br />

conhecimento físico <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado como uma construção huma<strong>na</strong>, pois a Física também é<br />

cultura (PINTO; ZANETIC, 1999, p.8).<br />

A imediata necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentar a Física como componente da cultura<br />

cont<strong>em</strong>porânea também é cont<strong>em</strong>plada nos documentos que compõ<strong>em</strong> os Parâmetros<br />

Curriculares da Educação Básica<br />

Incorporado à cultura e integrado como instrumento tecnológico, esse conhecimento tornou-se<br />

indispensável à formação da cidadania cont<strong>em</strong>porânea. Espera-se que o Ensino <strong>de</strong> Física, <strong>na</strong> escola<br />

média, contribua para a formação <strong>de</strong> uma cultura científica efetiva, que permita ao indivíduo a<br />

interpretação dos fatos, fenômenos e <strong>processo</strong>s <strong>na</strong>turais, situando e dimensio<strong>na</strong>ndo a interação do ser<br />

humano com a <strong>na</strong>tureza como parte da própria <strong>na</strong>tureza <strong>em</strong> transformação (BRASIL, 1999).<br />

Seus articuladores prossegu<strong>em</strong>, enfatizando também a necessida<strong>de</strong> do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> meios para a compreensão e interpretação dos fenômenos <strong>na</strong>turais<br />

concomitant<strong>em</strong>ente a características sociais que permeiam toda e qualquer espécie <strong>de</strong><br />

movimento científico.<br />

Com esta compreensão, o aprendizado <strong>de</strong>ve contribuir não só para o conhecimento técnico, mas<br />

também para uma cultura mais ampla, <strong>de</strong>senvolvendo meios para a interpretação <strong>de</strong> fatos <strong>na</strong>turais, a<br />

compreensão <strong>de</strong> procedimentos e equipamentos do cotidiano social e profissio<strong>na</strong>l, assim como para a<br />

articulação <strong>de</strong> uma visão do mundo <strong>na</strong>tural e social (BRASIL, 1999).<br />

Mas a preocupação ressaltada nos documentos <strong>em</strong> caracterizar a Física como cultura<br />

não é uma novida<strong>de</strong>. Zanetic (1989), <strong>de</strong>z anos antes da elaboração dos PCN, tratando da<br />

mesma questão, elucida-nos sobre o sentido que po<strong>de</strong> ser dado à Ciência Física <strong>de</strong>ntro do<br />

contexto escolar, quando se posicio<strong>na</strong> sobre o consumo da Ciência enquanto cultura pela<br />

maioria das pessoas, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que elas estão alie<strong>na</strong>das da sua presença real no<br />

cotidiano.<br />

É preciso que a chamada ‘Física escolar’ dê uma visão a mais viva possível da Física enquanto parte<br />

integrante <strong>de</strong> uma cultura que precisa ser domi<strong>na</strong>da para po<strong>de</strong>r ser transformada <strong>em</strong> instrumento <strong>de</strong><br />

intervenção <strong>na</strong> realida<strong>de</strong> que está aí (ZANETIC, 1989).<br />

Tais consi<strong>de</strong>rações e iniciativas são merecedoras <strong>de</strong> discussões profundas, não<br />

somente no campo Antropológico, Filosófico ou Educacio<strong>na</strong>l, mas principalmente porque<br />

suas <strong>de</strong>corrências têm implicações sociais fundamentais.<br />

Protagonista central das revoluções industriais e das guerras, tanto quanto dos <strong>de</strong>bates filosóficos e<br />

políticos, a Ciência Cont<strong>em</strong>porânea tornou-se parte da condição huma<strong>na</strong>. A socieda<strong>de</strong> cont<strong>em</strong>porânea<br />

po<strong>de</strong> estar sendo alcançada pelos resultados <strong>de</strong>ssa cultura cientifica, <strong>na</strong> divisão inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do<br />

trabalho, nos produtos e serviços <strong>de</strong> que dispõe no seu cotidiano ou mesmo <strong>na</strong>s armas <strong>de</strong> que se utiliza<br />

<strong>em</strong> seus conflitos e agressões, s<strong>em</strong> contudo estar preparada para conduzir praticas cientificas ou sequer<br />

educadas para simplesmente acompanhar criticamente o <strong>de</strong>senvolvimento da Ciência e da Tecnologia<br />

(MENEZES, p.5, 2005).

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