o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...
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Na TCC, Verg<strong>na</strong>ud (1990) argumenta que a <strong>conceitualização</strong> é o âmago do<br />
<strong>de</strong>senvolvimento cognitivo, ou seja, o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>conceitualização</strong> é a essência constitutiva<br />
da cognição. É a pedra angular da cognição (VERGNAUD, 1998, p.173). No sentido adotado<br />
por Verg<strong>na</strong>ud, a TCC t<strong>em</strong> um caráter pragmático, pois pressupõe que a aquisição do<br />
conhecimento para um aprendiz se dá por meio <strong>de</strong> <strong>situações</strong> e probl<strong>em</strong>as a resolver<br />
(VERGNAUD, 1994, p.42), ou seja, um conceito adquire sentido por probl<strong>em</strong>as e pela ação<br />
do sujeito nessas <strong>situações</strong>.<br />
As influências teóricas constitutivas do <strong>de</strong>senvolvimento da TCC são das mais ricas.<br />
Po<strong>de</strong>-se conferir a Piaget um el<strong>em</strong>ento estrutural da TCC, o conceito <strong>de</strong> esqu<strong>em</strong>a<br />
(VERGNAUD, 1996 apud MOREIRA, 2002, p.2). Porém, diferent<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> Piaget,<br />
Verg<strong>na</strong>ud se preocupou com o conteúdo do conhecimento, pois estava interessado pelo que se<br />
passa <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula (VERGNAUD, 1996a, p.10). Nas palavras <strong>de</strong> Verg<strong>na</strong>ud, Piaget não se<br />
<strong>de</strong>u conta <strong>de</strong> quão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das <strong>situações</strong> e da <strong>conceitualização</strong> é o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
cognitivo do sujeito (VERGNAUD, 1998, p.181). Mas segundo Franchi (apud Sousa, 2001),<br />
a TCC reorientou e ampliou o foco piagetiano <strong>em</strong> duas direções: 1) toma como referência o<br />
próprio conteúdo do conhecimento e a análise conceitual do domínio <strong>de</strong>sse conhecimento; 2)<br />
Desloca o interesse das pesquisas das estruturas gerais do pensamento para o “sujeito-<strong>em</strong>situação”.<br />
Tal constatação é estendida à outra influência teórica <strong>de</strong> Verg<strong>na</strong>ud, Vygotsky, que<br />
também é reconhecida por Verg<strong>na</strong>ud (1998) no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sua teoria,<br />
principalmente <strong>na</strong> importância dada à interação social, à linguag<strong>em</strong> e aos símbolos no<br />
domínio progressivo <strong>de</strong> um CC e ao <strong>de</strong>senvolvimento e funcio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> operações <strong>de</strong><br />
pensamento (SOUSA, 2001).<br />
E, apesar das possíveis implicações didáticas da TCC, é imperativo <strong>de</strong>linear que a<br />
mesma não é uma teoria didática, ou seja, não é uma teoria <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> conceitos, mas sim<br />
uma teoria psicológica (SOUSA; FÁVERO, 2001, p.7).<br />
Avigorando a condição acima, a TCC não é uma teoria baseada no ensino <strong>de</strong> conceitos<br />
explícitos, formalizados, mas sim uma teoria psicológica do <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>conceitualização</strong> do<br />
real. Em virtu<strong>de</strong> disso, abrange todo o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>situações</strong>, domi<strong>na</strong>das<br />
gradativamente, dos conceitos e dos teor<strong>em</strong>as primordiais para proce<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> maneira eficaz,<br />
nessas <strong>situações</strong>.