o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...
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Po<strong>de</strong>-se observar ainda, <strong>na</strong> leitura do apêndice sete da tese <strong>de</strong> Ostermann (1999), que<br />
traz a transcrição completa das entrevistas gravadas com os estagiários que impl<strong>em</strong>entaram<br />
os t<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Supercondutivida<strong>de</strong> e Partículas El<strong>em</strong>entares <strong>na</strong>s escolas secundárias, algumas<br />
evidências ainda mais contun<strong>de</strong>ntes sobre o caráter informativo do t<strong>em</strong>a, mesmo para os<br />
alunos do curso <strong>de</strong> graduação <strong>em</strong> Física, futuros professores, e que trabalharam o t<strong>em</strong>a<br />
previamente para <strong>de</strong>senvolvê-los junto aos alunos do EM.<br />
A questão da Física <strong>de</strong> Partículas eu não tinha pensado <strong>em</strong> como colocar um assunto <strong>de</strong>stes, pela<br />
profundida<strong>de</strong> dos assuntos, e até pela dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> certos conceitos que não se po<strong>de</strong>ria falar <strong>em</strong> nível<br />
<strong>de</strong> segundo grau, mas que se conseguiu colocar b<strong>em</strong>, acho, no segundo grau, como uma coisa<br />
informativa (OSTERMANN, 1999, apêndice 7, p.6).<br />
Em uma perspectiva teórica, Terrazzan (1994), vislumbra a FMC no EM como agente<br />
que po<strong>de</strong> contribuir para a formação <strong>de</strong> cidadãos, porém <strong>de</strong>ixa claro que a simples inserção<br />
<strong>de</strong> novos tópicos não será suficiente, e sugere como base fundamental para uma mudança, a<br />
preocupação com a formação <strong>de</strong> professores. Ostermann (1999) e Mota (2000) segu<strong>em</strong> as<br />
referências <strong>de</strong> Terrazzan (1994), evi<strong>de</strong>nciando através <strong>de</strong> suas respectivas pesquisas, a baixa<br />
formação e até mesmo a falta <strong>de</strong> formação dos professores atuantes no EM, no que concerne<br />
à FMC. E acompanhando a movimentação do Ensino Fundamental e Médio nos últimos anos<br />
e suas tendências, não é necessária nenhuma gran<strong>de</strong> revisão específica para avaliar que, <strong>em</strong><br />
todas as áreas, o informativo cresce, e perturba o formativo.<br />
Contudo, é importante evi<strong>de</strong>nciar que no parágrafo acima os termos formação e<br />
formativo foram usados com acepções diferentes, e que <strong>de</strong>ve ser clarificados. Quando<br />
Terrazzan (1994) fala <strong>em</strong> formação do cidadão, ele não <strong>de</strong>fine o que significa isto com<br />
clareza, isto é, no que concerne a FMC. Por outro lado, Ostermann (1999) parece se referir<br />
muito mais ao aspecto da formação conceitual dos professores e dos estudantes da educação<br />
básica num ponto <strong>de</strong> vista talvez mais próximo da tradição do Ensino <strong>de</strong> Física.<br />
Entretanto, nesse trabalho <strong>de</strong> tese, estamos propondo um outro termo que é a intuição<br />
educada 60 , que t<strong>em</strong> <strong>de</strong>ntre objetivos vários, re<strong>de</strong>finir o que seria a formação, direcio<strong>na</strong>ndo-a<br />
para uma que provesse instrumentos aos alunos e professores, capacitando-os a pensar os<br />
t<strong>em</strong>as <strong>de</strong> FMC, tanto <strong>na</strong> perspectiva <strong>de</strong> formação do cidadão para que ele consiga, por<br />
ex<strong>em</strong>plo, reconhecer a FMC no seu cotidiano, <strong>na</strong> Tecnologia e <strong>na</strong> cultura, e que ao mesmo<br />
t<strong>em</strong>po o capacite a se dirigir à uma área tecnológica ou científica <strong>de</strong> forma mais consciente.<br />
60<br />
Em uma discussão referente ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste trabalho, o termo “intuição educada” foi cunhado pelo<br />
orientador do autor <strong>de</strong>ssa tese.