15.04.2013 Views

o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...

o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...

o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

modificação <strong>na</strong> relação com os saberes dos alunos ao fi<strong>na</strong>l da relação didática. Se tais<br />

obstáculos for<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rados <strong>em</strong> seu segundo status <strong>de</strong>scrito acima, ou seja, o <strong>de</strong> ocupar o<br />

mesmo “nicho” dos saberes científicos, sua superação passa a ser o verda<strong>de</strong>iro objetivo <strong>de</strong><br />

uma educação científica. Essa articulação entre os obstáculos a superar e as escolhas didáticas<br />

caracterizam a noção <strong>de</strong> objetivo-obstáculo, <strong>na</strong> qual Astolfi acrescenta que “se os obstáculos<br />

encontrados têm uma significação profunda <strong>em</strong> relação às aprendizagens que se preten<strong>de</strong><br />

obter, são precisamente esses obstáculos que teriam que ser estabelecidos <strong>em</strong> primeiro lugar<br />

para <strong>de</strong>finir os autênticos objetivos” (1994, p.211). Esse “diagnóstico” dará ao professor<br />

subsídios para suas escolhas e estratégias didáticas.<br />

O tratamento didático <strong>de</strong>sses obstáculos nessa perspectiva teria três etapas: a<br />

localização, a confrontação e a superação. Cabe enfatizar que tais etapas não são fechadas,<br />

permitindo certa flexibilida<strong>de</strong>. Na localização do obstáculo, dar-se-ia a tomada <strong>de</strong> consciência<br />

pelo aluno das suas representações e concepções e o que o impe<strong>de</strong>m <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r. As escolhas<br />

didáticas feitas nessa etapa que permit<strong>em</strong> a <strong>em</strong>ergência das representações terão que<br />

consi<strong>de</strong>rar que elas apresentam uma automatização, o que dá ao aluno certa comodida<strong>de</strong><br />

intelectual, além do difícil acesso às relações pessoais com os saberes. No entanto, essa etapa<br />

é insuficiente para a superação dos obstáculos.<br />

A segunda etapa é a confrontação entre os saberes científicos e os saberes oriundos das<br />

relações pessoais dos alunos. Busca-se nessa ocasião uma <strong>de</strong>sestabilização conceitual, ou um<br />

conflito sociocognitivo, numa linguag<strong>em</strong> piagetia<strong>na</strong>. Esse confronto ocorre não somente entre<br />

o grupo-classe e os saberes a ensi<strong>na</strong>r, mas também entre as representações dos alunos. Aqui<br />

entra <strong>em</strong> ce<strong>na</strong> uma boa negociação do contrato didático, pois os alunos terão que aceitar o<br />

“jogo” da <strong>de</strong>volução versus a contra-<strong>de</strong>volução didática.<br />

E, a terceira etapa é a superação do obstáculo. Para isso o aluno terá que dispor <strong>de</strong> um<br />

mo<strong>de</strong>lo explicativo satisfatório para modificar as suas relações pessoais com os saberes.<br />

Astolfi (1994) alerta que, <strong>em</strong>bora se possa propor um novo mo<strong>de</strong>lo, escapa do controle do<br />

professor a interiorização <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo pelos alunos. E, ressalta os trabalhos <strong>de</strong> Vigotski, que<br />

“insistiu no papel central da linguag<strong>em</strong> interior para transformar <strong>em</strong> uma aprendizag<strong>em</strong><br />

pessoal o que <strong>em</strong> um primeiro momento constitui um êxito <strong>de</strong> caráter social: segundo ele<br />

[Vigotski], é necessário tor<strong>na</strong>r possível a passag<strong>em</strong> do interpsíquico ao intrapsíquico”<br />

(I<strong>de</strong>m, p.214).<br />

As duas primeiras etapas ainda estão sob um forte controle do professor e se dão no<br />

grupo-classe, sendo, portanto, <strong>de</strong> caráter coletivo. É o t<strong>em</strong>po curto da relação didática que está

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!