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o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...

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a extrapolação <strong>de</strong> seus estudos para outras áreas <strong>de</strong>manda alguma reflexão. Em primeiro<br />

lugar, porque esta é uma teoria cognitivista voltada fundamentalmente para o estudo do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e da aprendizag<strong>em</strong> das competências complexas, <strong>na</strong>s crianças e nos<br />

adolescentes. Este é um ponto que <strong>de</strong>manda comentários, pois Verg<strong>na</strong>ud preten<strong>de</strong> enfatizar os<br />

vínculos do <strong>processo</strong> <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> com o <strong>de</strong>senvolvimento psico-cognitivo <strong>de</strong> indivíduos<br />

<strong>na</strong>s fases primeiras, mormente infância e adolescência.<br />

Em particular, ele esta preocupado <strong>em</strong> inferir as filiações e as rupturas entre<br />

conhecimentos <strong>na</strong>s crianças e nos adolescentes. Neste sentido, o estudo <strong>de</strong> CC <strong>na</strong> Mat<strong>em</strong>ática,<br />

isto é, <strong>de</strong> estruturas aditivas e multiplicativas, t<strong>em</strong> um papel privilegiado, pois, a aparente<br />

simplicida<strong>de</strong> das operações escon<strong>de</strong> um jogo dialético intenso entre representações e mundo<br />

real. Além do mais, é inegável a ligação mais íntima entre as estruturas mat<strong>em</strong>áticas<br />

fundamentais e a estruturação lógica e do pensamento dos indivíduos (PIETROCOLA, 2001;<br />

2002).<br />

Este vínculo, no entanto, não é tão óbvio quando tratamos outras Ciências. A <strong>na</strong>tureza<br />

mais complexa <strong>de</strong> conhecimentos <strong>de</strong> áreas como a eletricida<strong>de</strong>, teoria <strong>de</strong> campos, mecânica<br />

etc., não nos permite fazer um vínculo tão direto e n<strong>em</strong> inferir as filiações e as rupturas entre<br />

conhecimentos <strong>na</strong>s crianças e nos adolescentes. A aprendizag<strong>em</strong> nestas áreas mais complexas<br />

sofre uma forte influência dos hábitos e tendências <strong>de</strong> pensamento, <strong>de</strong> conhecimentos prévios,<br />

<strong>de</strong> pré-conceitos ligados muitas vezes ao senso comum ou à cultura.<br />

Nesse caso, portanto, estamos “tomando <strong>em</strong>prestado” a TCC <strong>de</strong> Verg<strong>na</strong>ud porém<br />

“abando<strong>na</strong>ndo” a sua fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>: fornecer um quadro que permita compreen<strong>de</strong>r as filiações e<br />

as rupturas entre conhecimentos, <strong>na</strong>s crianças e nos adolescentes (VERGNAUD 1990).<br />

Ainda <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar que este abandono centra-se sobre duas hipóteses: <strong>em</strong> primeiro<br />

lugar, a complexida<strong>de</strong> do objeto e dos domínios conceituais da Física que, <strong>em</strong> nossa opinião,<br />

não t<strong>em</strong> ligação tão estreita com a estruturação do pensamento dos CC tratados por Verg<strong>na</strong>ud<br />

<strong>na</strong> Mat<strong>em</strong>ática; e, <strong>em</strong> segundo lugar, não estar<strong>em</strong>os preocupados necessariamente com<br />

crianças e adolescentes, mas sim <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rar o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>conceitualização</strong> progressiva no<br />

Ensino <strong>de</strong> Física on<strong>de</strong> a filiação e ruptura com outros conhecimentos têm uma <strong>na</strong>tureza<br />

diferente. Isto nos distancia dos objetivos <strong>de</strong> uma análise puramente cognitivista.<br />

Apesar <strong>de</strong>ssas adaptações, consi<strong>de</strong>ramos como hipótese <strong>de</strong> trabalho que a TCC<br />

fornece um referencial para a análise da <strong>conceitualização</strong> progressiva geral e, portanto,<br />

também cabe no Ensino <strong>de</strong> Física. Isto é, partir<strong>em</strong>os do pressuposto que as categorias<br />

<strong>de</strong>finidas <strong>na</strong> TCC permit<strong>em</strong> a<strong>na</strong>lisar a dinâmica da <strong>conceitualização</strong> e, com isso, a dinâmica

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