15.04.2013 Views

o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...

o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...

o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Nesse sentido, o enfoque qualitativo ainda possibilita um maior aprofundamento do<br />

estudo <strong>em</strong> questão, principalmente pelo fato do pesquisador estar parcialmente inserido no<br />

contexto <strong>em</strong> que ele ocorreu.<br />

Pesquisas <strong>de</strong>ste tipo ganharam força no campo da educação <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 70, <strong>em</strong><br />

oposição à abordag<strong>em</strong> positivista que aplicava os métodos e princípios das Ciências Naturais<br />

no estudo das Ciências Huma<strong>na</strong>s. Pesquisas da época retratam os fenômenos educacio<strong>na</strong>is<br />

estudados isoladamente, como se estivess<strong>em</strong> <strong>em</strong> um laboratório, <strong>em</strong> que suas variáveis<br />

também eram isoladas e a<strong>na</strong>lisadas para constatar suas influências sobre o fenômeno <strong>em</strong><br />

estudo. Também se acreditava <strong>na</strong> possibilida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>composição das variáveis dos fenômenos<br />

educacio<strong>na</strong>is, a fim <strong>de</strong> realizar um estudo a<strong>na</strong>lítico, preferencialmente quantitativo, que<br />

conduziria ao amplo conhecimento <strong>de</strong> tais fenômenos.<br />

Dentre esses preceitos, talvez o mais grave fosse o <strong>de</strong> conceber a idéia <strong>de</strong> uma possível<br />

separação entre o pesquisador e seu objeto <strong>de</strong> estudo. Em sua ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigação era<br />

exigido do pesquisador o maior afastamento possível do seu objeto <strong>de</strong> estudo, para que sua<br />

subjetivida<strong>de</strong> não implicasse <strong>em</strong> influências no ato <strong>de</strong> conhecer. Desse modo, buscava-se uma<br />

maior objetivida<strong>de</strong> e os fatos se apresentariam como realmente são <strong>em</strong> sua realida<strong>de</strong>.<br />

Conforme Lüdke e André (1986, p.4) acreditava-se que “o conhecimento se faria <strong>de</strong> maneira<br />

imediata e transparente aos olhos do pesquisador”.<br />

Porém, trabalhos constaram que a revelação dos dados não é ato gratuito e que o<br />

pesquisador possui seus princípios, idéias, valores e pressupostos, ou seja, é a partir do que o<br />

pesquisador conhece sobre o assunto que se tor<strong>na</strong> possível os questio<strong>na</strong>mentos que po<strong>de</strong>rão<br />

levá-lo a conhecer melhor o seu objeto. Esse tipo <strong>de</strong> pesquisa qualitativa recebeu críticas,<br />

principalmente como sendo mera especulação, porém, a visão subjetiva da <strong>de</strong>scrição<br />

qualitativa po<strong>de</strong> ser consistente, lógica e coerente se o pesquisador possuir um <strong>em</strong>basamento<br />

teórico estruturado para apoiar suas análises e interpretações.<br />

A orig<strong>em</strong> da pesquisa qualitativa está <strong>na</strong> antropologia e <strong>na</strong> sociologia, articulada à<br />

investigação etnográfica (TRIVIÑOS, 1987). Tal associação faz todo sentido se a Etnografia é<br />

entendida como o estudo da cultura, <strong>na</strong> qual o pesquisador participa ativamente da realida<strong>de</strong><br />

sócio-cultural do fenômeno <strong>em</strong> estudo, com influências da sua visão <strong>de</strong> hom<strong>em</strong> e <strong>de</strong> mundo.<br />

Isso traz para a educação a idéia <strong>de</strong> contexto, on<strong>de</strong> a realida<strong>de</strong> dos fenômenos<br />

educacio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter uma perspectiva <strong>de</strong> permanência, isolados no espaço e no t<strong>em</strong>po, <strong>na</strong><br />

qual era possível obter um conhecimento <strong>de</strong>finitivo, e passa a ter uma categoria dinâmica, <strong>em</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!