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o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...

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mesmas, os estudantes são apresentados a ex<strong>em</strong>plos que o exercitam no formalismo, mas que<br />

vagamente tratam o fenômeno cuja investigação levou à construção do mesmo formalismo.<br />

Assim, quando muito, o fenômeno é apresentado como um ex<strong>em</strong>plo que confirma a teoria que<br />

fora exposta anteriormente.<br />

E ainda, conforme <strong>de</strong>stacamos anteriormente ao discutirmos sobre o LD e a<br />

<strong>de</strong>pendência dos professores, é característica a observação <strong>de</strong> que eles, <strong>na</strong> sua maioria, traz<strong>em</strong><br />

<strong>situações</strong> mo<strong>de</strong>lizadas prontas, s<strong>em</strong> qualquer tocante ao <strong>processo</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lização para se<br />

chegar àquele mo<strong>de</strong>lo. Sendo assim, não fica claro quando se trata <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo ou da<br />

realida<strong>de</strong> <strong>em</strong> si, o que nos leva a conclusão <strong>de</strong> que, aparent<strong>em</strong>ente, a escola cria uma realida<strong>de</strong><br />

própria.<br />

O que se apresenta <strong>na</strong>s <strong>situações</strong> escolares são, antes <strong>de</strong> tudo, aplicações próprias do<br />

contexto escolar, don<strong>de</strong> se t<strong>em</strong> como <strong>de</strong>corrência direta que os conteúdos ensi<strong>na</strong>dos <strong>na</strong> escola<br />

são s<strong>em</strong>pre preteridos <strong>em</strong> relação a outros, mais funcio<strong>na</strong>is, que <strong>de</strong> certa forma dê<strong>em</strong> conta da<br />

realida<strong>de</strong>. Assim, aparent<strong>em</strong>ente a forma como o conteúdo é apresentado tradicio<strong>na</strong>lmente <strong>na</strong><br />

escola só serve para interpretar <strong>situações</strong> da “Física”, e não do nosso mundo cotidiano.<br />

Na Física, a Fenomenologia 53 po<strong>de</strong> ser entendida como uma mo<strong>de</strong>lização <strong>de</strong><br />

fenômenos específicos, isto é, a construção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los teóricos apoiados <strong>em</strong> hipóteses<br />

simplificadoras, que buscam o que <strong>de</strong> mais relevante é necessário para o entendimento do<br />

fenômeno.<br />

Por ex<strong>em</strong>plo, <strong>na</strong> Física Molecular, a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> uma molécula po<strong>de</strong> ser feita a partir<br />

das interações fundamentais entre os elétrons e núcleos e entre elétrons-elétrons. O enfoque a<br />

53 Exist<strong>em</strong> outras acepções à palavra fenomenologia, que po<strong>de</strong>m se aproximar ou afastar das assertivas feitas<br />

nesse trabalho. Para Greuel (1996), claramente com preocupações e fundamentações filosóficas, a<br />

fenomenologia é a tentativa <strong>de</strong> resgate do contato origi<strong>na</strong>l com o objeto perdido <strong>em</strong> sofisticadas especulações<br />

abstratas ou <strong>em</strong> reduções mat<strong>em</strong>áticas e quantificadoras do campo <strong>de</strong> vivência do ser humano, enquanto ser<br />

cognoscente. Apesar <strong>de</strong> ter uma História, ela s<strong>em</strong>pre t<strong>em</strong> que começar <strong>de</strong> novo porque não se contenta com os<br />

conhecimentos <strong>de</strong>scobertos e guardados no passado e visa, <strong>em</strong> primeiro lugar, à compreensão nova e atual, ou<br />

seja, o fenômeno não po<strong>de</strong> ser conservado, ele t<strong>em</strong> que ser visto s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong> novo. A fenomenologia assim<br />

<strong>de</strong>finida reflete a ação científica <strong>na</strong> Física, pois fazer Física seria uma tentativa <strong>de</strong>, através <strong>de</strong> especulações<br />

abstratas, conceituar e quantificar o objeto, transformando-o <strong>em</strong> conhecimento e buscando resgatar o que há <strong>de</strong><br />

essencial. Na Física, a fenomenologia t<strong>em</strong> um sentindo próximo à colocação feita por Greuel (1996), pois ela é,<br />

principalmente, o <strong>processo</strong> teórico e experimental <strong>de</strong> transformar um dado <strong>em</strong>pírico num fenômeno interpretado<br />

e teorizado. Mas tal consi<strong>de</strong>ração não po<strong>de</strong> ser confundida com a tradicio<strong>na</strong>l corrente filosófica <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>da<br />

Fenomenológica que teve como precursores Franz Brentano e Edmund Husserl, sendo seguidos por Maurice<br />

Merleau-Ponty e Martin Hei<strong>de</strong>gger, <strong>de</strong>ntre outros, visto que não está sendo consi<strong>de</strong>rado o mesmo objeto, n<strong>em</strong><br />

possu<strong>em</strong> os mesmos pressupostos. O objeto da fenomenologia <strong>de</strong> Husserl é a Teoria do Conhecimento, portanto<br />

o objeto da fenomenologia <strong>em</strong> sua acepção não é mais o objeto da Física. Neste caso o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

fenomenologia é visto como a análise da forma como as coisas são dadas à consciência, ou seja, o campo <strong>de</strong><br />

investigação para Husserl é o campo da consciência pura e seus estados frente ao objeto puro, o objeto<br />

intencio<strong>na</strong>l, o fenômeno.

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