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o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...

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2.2 AS RELAÇÕES DIDÁTICAS, OS OBSTÁCULOS À APRENDIZAGEM E<br />

A TEORIA DOS CAMPOS CONCEITUAIS 44 .<br />

2.2.1 INTRODUÇÃO<br />

Em qualquer relação didática há um conjunto <strong>de</strong> fatores que po<strong>de</strong>m contribuir ou<br />

dificultar a aprendizag<strong>em</strong> pretendida. Por ex<strong>em</strong>plo, as escolhas didáticas feitas pelo professor<br />

têm gran<strong>de</strong> influência no sucesso ou fracasso <strong>de</strong>sse <strong>processo</strong>, po<strong>de</strong>ndo atenuar ou reforçar<br />

verda<strong>de</strong>iros obstáculos que po<strong>de</strong>m perdurar mesmo após a conclusão <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do nível <strong>de</strong><br />

estudo, inclusive o superior.<br />

Algumas pesquisas <strong>em</strong> Didática das Ciências (ASTOLFI, 1993, 1994; JOHSUA,<br />

1996; JONNAERT, 1996) discut<strong>em</strong> as múltiplas variáveis que se encontram no contexto da<br />

sala <strong>de</strong> aula, para além da estreita relação entre o professor, o aluno e o saber, e que tor<strong>na</strong>m a<br />

relação didática dinâmica e complexa. Cada um <strong>de</strong>sses três atores comporta outras variáveis<br />

constituídas, por ex<strong>em</strong>plo, pelas relações pessoais com os saberes, tanto da parte do professor,<br />

como da parte do aluno, enquanto indivíduo e enquanto grupo-classe, <strong>em</strong>bora exista um saber<br />

único presente no programa, resultado <strong>de</strong> uma Transposição Didática (CHEVALLARD,<br />

1991). Ignorar essa multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> variáveis po<strong>de</strong> gerar obstáculos à aprendizag<strong>em</strong>.<br />

Além disso, essa relação didática está inserida <strong>em</strong> um espaço-t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>finido: a escola,<br />

que para discipli<strong>na</strong>s escolares como as Ciências Naturais/Física é praticamente o único.<br />

Entretanto, existe uma dimensão longa, extra-escolar, da psicogênese da aquisição do<br />

conhecimento nessa relação com os saberes, momento no qual se espera que o aluno disponha<br />

<strong>de</strong> “ferramentas intelectuais” para mobilizá-las <strong>em</strong> novos contextos. Mas, alguns autores<br />

questio<strong>na</strong>m se há essa transposição para <strong>situações</strong> novas e <strong>de</strong>stacam que o aluno parece se<br />

comportar como se <strong>na</strong>da tivesse aprendido do que foi ensi<strong>na</strong>do (PERRENOUD, 1999, 2001),<br />

ou mantém um comportamento dual: uma Ciência para a sala <strong>de</strong> aula e exames, e uma Ciência<br />

para o cotidiano (COLOMBO, 1988; CAMPANARIO; OTERO, 2000).<br />

Isso reporta a uma outra questão que algumas <strong>de</strong>ssas pesquisas colocam: há <strong>de</strong> fato a<br />

interiorização ou, para usar uma terminologia vigotskia<strong>na</strong>, a passag<strong>em</strong> para o intrapsíquico<br />

44<br />

Uma versão inicial <strong>de</strong>sse it<strong>em</strong> foi apresentada no Congresso Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Linguag<strong>em</strong>, Cultura e Cognição,<br />

<strong>em</strong> Belo Horizonte/MG, 2003.

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