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o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...

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um momento <strong>de</strong> risco, pois <strong>de</strong>le po<strong>de</strong>m surgir obstáculos à aprendizag<strong>em</strong>. Esse t<strong>em</strong>po se dá<br />

<strong>na</strong> escola.<br />

No t<strong>em</strong>po longo da psicogênese da aquisição do conhecimento, o professor sai <strong>de</strong> ce<strong>na</strong><br />

e a aprendizag<strong>em</strong> se dará além do espaço e do t<strong>em</strong>po escolar. Nesse t<strong>em</strong>po, a pertinência dos<br />

saberes escolares estará <strong>em</strong> jogo. Talvez o aluno consiga uma resposta à pergunta que fez<br />

frequent<strong>em</strong>ente <strong>na</strong> escola: para que isso me servirá? Isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá, <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> medida, das<br />

escolhas didáticas feitas no t<strong>em</strong>po curto da relação.<br />

Philippe Jon<strong>na</strong>ert (1996), ao tratar <strong>de</strong>ssa dupla dimensão t<strong>em</strong>poral da relação didática,<br />

<strong>de</strong>staca que Guy Brousseau (1986) já havia apontado para essa probl<strong>em</strong>ática ao propor três<br />

níveis para uma situação didática: a situação didática, a situação a-didática e a situação nãodidática.<br />

“Uma situação didática se <strong>de</strong>senvolve entre um mestre, um saber e os alunos, no<br />

quadro espaço-t<strong>em</strong>poral da classe. As intenções <strong>de</strong> ensi<strong>na</strong>r do mestre estão fixadas<br />

claramente” (JONNAERT, 1996, p.129). Na situação didática o professor mantém uma<br />

relação privilegiada com o saber, se comparado ao aluno, que mantém uma relação fraca ou<br />

inexistente com o saber. Isso caracteriza um quadro didático, pois essa assimetria, como já foi<br />

dito, é a razão <strong>de</strong> ser da relação didática.<br />

Na situação a-didática o aluno começa a utilizar algumas aquisições <strong>em</strong> <strong>situações</strong> s<strong>em</strong><br />

a indicação explícita do professor, o qual ainda está presente, mas o aluno começa a ensaiar<br />

certos passos <strong>em</strong> direção a uma mobilização <strong>de</strong> conhecimentos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma mesma<br />

discipli<strong>na</strong>. Na situação didática e a-didática o controle das ativida<strong>de</strong>s realizadas <strong>em</strong> classe<br />

estão sob a responsabilida<strong>de</strong> do professor e se inser<strong>em</strong> <strong>na</strong> escala t<strong>em</strong>poral curta da relação<br />

didática.<br />

E, <strong>na</strong> situação não-didática a relação dos alunos com os saberes é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da<br />

relação do professor com os saberes e ocorre <strong>na</strong> escala t<strong>em</strong>poral longa, ou seja, no t<strong>em</strong>po<br />

longo da psicogênese da aquisição do conhecimento. Leituras, discussões informais, games,<br />

WEB estariam comportados aqui. Há uma tentativa <strong>de</strong> mobilização dos saberes <strong>em</strong> outros<br />

contextos com vistas a enfrentar <strong>situações</strong> novas.<br />

Mas, qual seria o papel do aluno <strong>na</strong> relação didática? Essa questão nos r<strong>em</strong>ete à<br />

discussão acerca do propósito do contrato didático. Ou, mais ainda, da negociação <strong>de</strong>sse<br />

contrato didático. Mais uma vez Jon<strong>na</strong>ert (1996), citando Guy Brousseau, <strong>de</strong>staca três<br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong>sse contrato: a divisão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s, a consi<strong>de</strong>ração do implícito e a<br />

relação com os saberes. E, aquele autor ressalta que o contrato didático t<strong>em</strong> justamente a

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