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o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...

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Outro fator também t<strong>em</strong> implicações diretas: o t<strong>em</strong>po. No exercício <strong>de</strong> seu trabalho <strong>de</strong><br />

construção e <strong>de</strong> legitimação do saber, o cientista <strong>de</strong>manda t<strong>em</strong>po para tal, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>do <strong>de</strong><br />

“t<strong>em</strong>po real” (CHEVALLARD, 1991). Nenhuma teoria é construída momentaneamente e não<br />

é difícil recorrermos à História das Ciências para elucidar alguns capítulos da sua construção,<br />

com suas correções, reformulações, inversões, idas e vindas <strong>de</strong> um necessário período <strong>de</strong><br />

justificativas e adaptações.<br />

Assim, quando um conhecimento científico <strong>de</strong>senvolvido no seu “t<strong>em</strong>po real” tor<strong>na</strong>se<br />

um objeto <strong>de</strong> ensino, este <strong>de</strong>verá se acomodar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um “t<strong>em</strong>po lógico”, limitado pelas<br />

estruturas curriculares que são <strong>de</strong>finidas por el<strong>em</strong>entos da noosfera. Ao professor cabe a<br />

tarefa <strong>de</strong> administrar o “t<strong>em</strong>po lógico” com o t<strong>em</strong>po disponível para <strong>de</strong>senvolver seu<br />

trabalho, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>do <strong>de</strong> “t<strong>em</strong>po didático”.<br />

Neste <strong>processo</strong> <strong>de</strong> TD po<strong>de</strong>-se per<strong>de</strong>r totalmente o contexto histórico no qual um<br />

saber foi gerado e <strong>de</strong>senvolvido, <strong>de</strong>vido à limitação do t<strong>em</strong>po didático. Como não é possível,<br />

n<strong>em</strong> com todo o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> vida do ser humano e, muito menos, com o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />

formal, reconstruir totalmente a historicida<strong>de</strong> <strong>na</strong> qual a Ciência está mergulhada, cabe ao<br />

professor <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>r o t<strong>em</strong>po que julga correto a cada t<strong>em</strong>a, <strong>de</strong> acordo com sua importância,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente do “t<strong>em</strong>po real” no qual foi <strong>de</strong>senvolvido. Assim, o fator t<strong>em</strong>po é<br />

também um obstáculo que po<strong>de</strong> fazer o professor do EM tentar moldar a FMC ao padrão<br />

usual ou, simplesmente, a verbetes informativos.<br />

A consi<strong>de</strong>ração sobre o t<strong>em</strong>po absorve a necessida<strong>de</strong> da busca pelo nível a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong><br />

formulação dos conceitos <strong>de</strong> FMC, pois o termo Níveis <strong>de</strong> Formulação <strong>de</strong> um Conceito<br />

parece introduzir um célebre t<strong>em</strong>a no <strong>de</strong>bate da inserção ou não da FMC no EM.<br />

Caracterizando melhor este conceito, Souza Cruz (2001) refere-se aos Níveis <strong>de</strong> Formulação<br />

<strong>de</strong> um Conceito como a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> enunciados necessários à construção <strong>de</strong> um conceito <strong>em</strong><br />

função dos níveis <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> dos alunos e dos probl<strong>em</strong>as propostos.<br />

Reportando-se à <strong>de</strong>scrição feita por Souza Cruz (2001), po<strong>de</strong>-se questio<strong>na</strong>r se a<br />

linguag<strong>em</strong> e o nível <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> das operações lógico-Mat<strong>em</strong>áticas do aluno do EM são<br />

a<strong>de</strong>quadas para enfrentar o estudo da FMC, ou se o aluno é capaz <strong>de</strong> refletir sobre as nuances<br />

epist<strong>em</strong>ológicas presentes no <strong>de</strong>bate científico.<br />

No atual momento, vamos assumir que a resposta às questões acima é positiva, mas,<br />

s<strong>em</strong> dúvida, é uma preocupação <strong>de</strong>finir os níveis <strong>de</strong> aprofundamento diante dos objetivos e<br />

do exíguo t<strong>em</strong>po, mesmo consi<strong>de</strong>rando que o nível a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> formulação dos conceitos

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