o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...
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4.5.1 AS ENTREVISTAS SEMI-ESTRUTURADAS E OS QUESTIONÁRIOS<br />
ABERTOS<br />
Uma das técnicas básicas <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados é a entrevista. Ela visa, através do contato<br />
entre o pesquisador e o entrevistado, obter dados relevantes para a pesquisa, <strong>de</strong> acordo com os<br />
objetivos da mesma. O entrevistado discursa sobre o t<strong>em</strong>a <strong>em</strong> enfoque com base <strong>na</strong>s<br />
informações que ele t<strong>em</strong> sobre o assunto e, já que é o entrevistador que cria a realida<strong>de</strong> da<br />
situação da entrevista, ela não é uma ferramenta neutra.<br />
Conforme Richardson (1985, p.161), “o termo entrevista refere-se ao ato <strong>de</strong> perceber<br />
realizado entre duas pessoas”. A entrevista possibilita uma apropriação imediata das<br />
informações, pois há uma interação e uma relação <strong>de</strong> influências entre os indivíduos <strong>de</strong> modo<br />
que “a entrevista ganha vida ao iniciar o diálogo entre o entrevistador e o entrevistado”<br />
(LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p.34).<br />
Entrevistas, <strong>em</strong> geral, se realizam <strong>de</strong> maneira exclusiva com indivíduos ou grupos <strong>de</strong><br />
indivíduos, possibilitando ao pesquisador correções, adaptações e esclarecimentos imediatos,<br />
facilitando a obtenção das informações <strong>de</strong>sejadas. Entretanto, po<strong>de</strong>mos distinguir três tipos <strong>de</strong><br />
entrevistas; uma chamada não-estruturada, que é realizada <strong>de</strong> maneira livre pelo pesquisador,<br />
s<strong>em</strong> um roteiro preestabelecido. Outra, chamada estruturada, que difere <strong>de</strong> um questionário<br />
por ter como vantag<strong>em</strong> o fato do entrevistador estar por perto para algum esclarecimento, <strong>na</strong><br />
maioria das vezes, visa obter dados para tratamento estatístico.<br />
No tipo <strong>de</strong> entrevista s<strong>em</strong>i-estruturada não há uma imposição rígida <strong>na</strong> or<strong>de</strong>m das<br />
questões, pois as informações obtidas po<strong>de</strong>m gerar novas perguntas. Nesse caso, o<br />
entrevistado fala sobre os t<strong>em</strong>as conforme as informações <strong>de</strong> que dispõe (Lüdke; André,<br />
1986). A nosso ver, uma abordag<strong>em</strong> com entrevistas s<strong>em</strong>i-estruturadas, a partir <strong>de</strong> uma<br />
situação básica, parece ser a mais a<strong>de</strong>quada para esse trabalho.<br />
A opção por esse tipo <strong>de</strong> entrevista <strong>na</strong> pesquisa aqui relatada também se <strong>de</strong>ve ao fato<br />
<strong>de</strong> que a presença do pesquisador é valorizada, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que oferece um certo<br />
grau <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> ao entrevistado. Nesse sentido, através <strong>de</strong> questio<strong>na</strong>mentos básicos e com<br />
fundamentação teórica, a entrevista s<strong>em</strong>i-estruturada possibilita uma extensa gama <strong>de</strong><br />
questões a partir das respostas dadas pelo entrevistado, que <strong>de</strong>screve suas experiências <strong>de</strong>ntro<br />
do que foi colocado pelo pesquisador.