o processo de conceitualização em situações diferenciadas na ...
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Mas se contrariamente ao exposto acima, a escola, <strong>em</strong> particular, as discipli<strong>na</strong>s<br />
científicas, propusess<strong>em</strong> <strong>situações</strong> que representass<strong>em</strong> probl<strong>em</strong>as a ser<strong>em</strong> enfrentados pelos<br />
alunos, e mais, que foss<strong>em</strong> passíveis <strong>de</strong> mobilização <strong>em</strong> outros contextos, po<strong>de</strong>ríamos sim,<br />
aproximar os objetivos da escola básica do que se espera <strong>de</strong> uma educação científica e<br />
tecnológica básica. Sob essa perspectiva, o estudante seria constant<strong>em</strong>ente obrigado a<br />
gerenciar os conhecimentos adquiridos ao invés <strong>de</strong> simplesmente acumular informações. E<br />
mais, quando se oportuniza o <strong>processo</strong>, apoiado pelo exercício da crítica, s<strong>em</strong> tomar<br />
simplesmente o que é verda<strong>de</strong>iro ou falso como critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>marcação entre o que foi<br />
aprendido, o aluno estaria exercitando sua atitu<strong>de</strong> reflexiva, mesmo <strong>de</strong>fronte a possíveis erros.<br />
Quando a Ciência/Física preten<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r, reproduzir, testar, estudar um <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do<br />
fenômeno ela o simplifica, ou seja, o mo<strong>de</strong>liza, para trazer o fenômeno para uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da<br />
área <strong>de</strong> pesquisa. Portanto, <strong>na</strong> Ciência/Física não compete escolher <strong>situações</strong> concretas e<br />
práticas para pesquisar, porque estas terão que ser modificadas e adaptadas aos interesses e<br />
possibilida<strong>de</strong>s da área do conhecimento que irá se ocupar <strong>de</strong>ssa tarefa. Como resultado, as<br />
teorias que se propõ<strong>em</strong> a dar um melhor entendimento <strong>de</strong>sse fenômeno ou probl<strong>em</strong>a po<strong>de</strong>m,<br />
posteriormente, retor<strong>na</strong>r à realida<strong>de</strong>, mas ainda assim serão teorias, mo<strong>de</strong>los, abstrações, e<br />
serão tanto mais aceitas quanto mais e melhores explicações e compreensões proporcio<strong>na</strong>r<strong>em</strong><br />
acerca da <strong>na</strong>tureza ou <strong>de</strong> aplicações tecnológicos.<br />
Mas <strong>na</strong> discussão iniciada acima, advogamos que o conhecimento científico se origi<strong>na</strong><br />
<strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as b<strong>em</strong> formulados e que os alunos ao chegar<strong>em</strong> à escola possu<strong>em</strong> idéias e<br />
interpretações próprias. Contudo, seria ingênuo pensar que a escola seria capaz <strong>de</strong> dar um<br />
formato completamente científico ao conhecimento que esse aluno carrega, pois certamente<br />
haverá rupturas e <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s nessa caminhada.<br />
Nesse sentido, parece claro que no EM não se preten<strong>de</strong> formar físicos, químicos,<br />
biólogos, historiadores etc, mas ao contrário, o ensino “<strong>de</strong>ssa” ou “daquela” discipli<strong>na</strong> <strong>de</strong>ve se<br />
<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>r principalmente àqueles que não serão os especialistas, pois esses, terão seus espaços<br />
posteriormente. Todos os <strong>de</strong>mais terão <strong>na</strong> escola uma das raras chances <strong>de</strong> acessar<br />
formalmente esse tipo <strong>de</strong> conhecimento e sua dinâmica. Nessa argumentação, estaria <strong>na</strong><br />
escola a chance <strong>de</strong> reconhecer a Ciências/Física sob dois aspectos: enquanto uma das<br />
possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compreensão do mundo que nos ro<strong>de</strong>ia juntamente com sua utilida<strong>de</strong> e<br />
como parte da cultura cont<strong>em</strong>porânea da humanida<strong>de</strong>.<br />
E ao professor <strong>em</strong> todo esse <strong>processo</strong> cabe uma tarefa não muito trivial,<br />
principalmente quando se vê pr<strong>em</strong>ido <strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>sinteresse dos seus alunos <strong>em</strong> apren<strong>de</strong>r,