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Manual de Direito Civil - Flávio Tartuce - 7ª Ed. - 2017 [materialcursoseconcursos.blogspot.com.br]

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à sonegação praticada pelo inventariante, a alegação somente po<strong>de</strong>rá ser feita <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> encerrada a<<strong>br</strong> />

Quanto<<strong>br</strong> />

dos bens, <strong>com</strong> a <strong>de</strong>claração, por ele feita, <strong>de</strong> não existirem outros bens por inventariar (em regra, após as<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scrição<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>clarações).<<strong>br</strong> />

últimas<<strong>br</strong> />

relação ao her<strong>de</strong>iro, somente cabe a arguição <strong>de</strong> sonegados <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ele <strong>de</strong>clarar no inventário que não possui<<strong>br</strong> />

Em<<strong>br</strong> />

bens. Se a ação for proposta antes <strong>de</strong>sses momentos, <strong>de</strong>verá ser extinta sem a resolução do mérito, por falta <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

tais<<strong>br</strong> />

processual (art. 485, VI, do CPC/2015, correspon<strong>de</strong>nte ao art. 267, VI, do CPC/1973).<<strong>br</strong> />

interesse<<strong>br</strong> />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong><<strong>br</strong> />

momentos oportunos para arguir a sonegação, ou seja, para ingressar <strong>com</strong> a ação <strong>de</strong> sonegados.<<strong>br</strong> />

Vejamos:<<strong>br</strong> />

1.º)<<strong>br</strong> />

2.º)<<strong>br</strong> />

Do pagamento das dívidas<<strong>br</strong> />

9.10.3<<strong>br</strong> />

Tanto o CC/2002 quanto o CPC/2015 consagram preceitos so<strong>br</strong>e o pagamento das dívidas do<<strong>br</strong> />

falecido, e que interessam diretamente ao inventário e à partilha.<<strong>br</strong> />

De início, dispõe o art. 1.997 do CC que a herança respon<strong>de</strong> pelo pagamento das dívidas do<<strong>br</strong> />

falecido. No entanto, se a partilha já tiver sido feita, só respon<strong>de</strong>m os her<strong>de</strong>iros, cada qual em<<strong>br</strong> />

proporção da parte que na herança lhe coube. De qualquer forma, vale dizer que havia norma semelhante<<strong>br</strong> />

no art. 597 do CPC/1973, segundo o qual “o espólio respon<strong>de</strong> pelas dívidas do falecido; mas, feita a<<strong>br</strong> />

partilha, cada her<strong>de</strong>iro respon<strong>de</strong> por elas na proporção da parte que na herança lhe coube”. O dispositivo<<strong>br</strong> />

foi reproduzido pelo art. 796 do Novo CPC, <strong>com</strong> pequena alteração <strong>de</strong> redação, que não prejudica seu<<strong>br</strong> />

conteúdo anterior: “O espólio respon<strong>de</strong> pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha, cada her<strong>de</strong>iro<<strong>br</strong> />

respon<strong>de</strong> por elas <strong>de</strong>ntro das forças da herança e na proporção da parte que lhe coube”.<<strong>br</strong> />

Por todos esses dispositivos, os her<strong>de</strong>iros não po<strong>de</strong>m respon<strong>de</strong>r além das forças da herança (ultra<<strong>br</strong> />

vires hereditatis). Não se po<strong>de</strong> esquecer, ato contínuo, que os her<strong>de</strong>iros têm alguns bens protegidos,<<strong>br</strong> />

caso daqueles tidos pela lei processual <strong>com</strong>o impenhoráveis e do bem <strong>de</strong> família, seja legal (Lei<<strong>br</strong> />

8.009/1990) ou convencional (arts. 1.711 a 1.722 do CC).<<strong>br</strong> />

Enuncia o § 1.º do art. 1.997 do CC que quando, antes da partilha, for requerido no inventário o<<strong>br</strong> />

pagamento <strong>de</strong> dívidas constantes <strong>de</strong> documentos – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que revestidos <strong>de</strong> formalida<strong>de</strong>s legais,<<strong>br</strong> />

constituindo prova bastante da o<strong>br</strong>igação –, e houver impugnação, que não se fun<strong>de</strong> na alegação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

pagamento, a<strong>com</strong>panhada <strong>de</strong> prova valiosa, o juiz mandará reservar, em po<strong>de</strong>r do inventariante, bens<<strong>br</strong> />

suficientes para a solução do débito, so<strong>br</strong>e os quais venha a recair oportunamente a execução.<<strong>br</strong> />

Em casos tais, o credor será o<strong>br</strong>igado a iniciar a ação <strong>de</strong> co<strong>br</strong>ança no prazo <strong>de</strong> 30 dias, sob pena <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

tornar sem nenhum efeito a reserva dos bens (art. 1.997, § 2.º, do CC). O prazo constante do<<strong>br</strong> />

dispositivo é <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>ncial, <strong>de</strong> perda ou caducida<strong>de</strong> do direito. Vale dizer que o prazo não se refere à<<strong>br</strong> />

prescrição da pretensão <strong>de</strong> co<strong>br</strong>ança da dívida, cujo caráter é eminentemente patrimonial e relacionado<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> a ação con<strong>de</strong>natória, mas apenas quanto à reserva <strong>de</strong> bens (critério científico <strong>de</strong> Agnelo Amorim<<strong>br</strong> />

Filho).<<strong>br</strong> />

No tocante às <strong>de</strong>spesas funerárias do <strong>de</strong> cujus, haja ou não her<strong>de</strong>iros legítimos, sairão do monte da<<strong>br</strong> />

herança (art. 1.998 do CC). Como exemplos, po<strong>de</strong>m ser citadas as <strong>de</strong>spesas <strong>com</strong> enterro, caixão, coroa<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> flores, velório e túmulo. Pelo mesmo <strong>com</strong>ando, as <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> sufrágios por alma do falecido só<<strong>br</strong> />

o<strong>br</strong>igarão a herança quando or<strong>de</strong>nadas em testamento ou codicilo. Como tais <strong>de</strong>spesas enten<strong>de</strong>m­se<<strong>br</strong> />

todas aquelas relacionadas <strong>com</strong> os valores gastos <strong>com</strong> missas em nome do falecido. Por essas <strong>de</strong>spesas<<strong>br</strong> />

o monte só respon<strong>de</strong> no caso <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong>corrente da autonomia privada do morto.<<strong>br</strong> />

Eventualmente, po<strong>de</strong> estar presente uma situação em que um her<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>terminada quantia a<<strong>br</strong> />

outro, particularmente porque o her<strong>de</strong>iro pagou dívida do espólio <strong>com</strong> quantia própria. Nesses casos,<<strong>br</strong> />

havendo ação regressiva <strong>de</strong> um her<strong>de</strong>iro contra os outros, uma vez que pagou dívida <strong>com</strong>um, a parte do<<strong>br</strong> />

coer<strong>de</strong>iro insolvente dividir­se­á proporcionalmente entre os <strong>de</strong>mais (art. 1.999 do CC). Há previsão <strong>de</strong>

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