08.04.2017 Views

Manual de Direito Civil - Flávio Tartuce - 7ª Ed. - 2017 [materialcursoseconcursos.blogspot.com.br]

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

o café foi consumido por , <strong>de</strong> má-fé, a ação é contra . Havendo má-fé e perdas e danos, quanto às últimas<<strong>br</strong> />

Se<<strong>br</strong> />

todos os culpados solidariamente.<<strong>br</strong> />

respon<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong><<strong>br</strong> />

executadas no ano <strong>de</strong> 1979. Pagamento precipitado pelos embargados, sem <strong>com</strong>unicar o<<strong>br</strong> />

embargante, efetivo <strong>de</strong>vedor, para que pu<strong>de</strong>sse se opor à co<strong>br</strong>ança <strong>de</strong> dívida prescrita, ficando<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ssa forma privados do reembolso. Inteligência do art. 306 do atual Código <strong>Civil</strong>.<<strong>br</strong> />

Embargante que reunia meios <strong>de</strong> se opor à co<strong>br</strong>ança, em virtu<strong>de</strong> da evi<strong>de</strong>nte prescrição da<<strong>br</strong> />

dívida. Sentença reformada. Recurso provido para julgar proce<strong>de</strong>ntes os embargos e <strong>de</strong>cretar a<<strong>br</strong> />

improcedência da ação monitória, invertidos os ônus da sucumbência” (TJSP, Apelação <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

Revisão 443.430.4/8, Acórdão 4129838, Campinas, 8.ª Câmara <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> Privado, Rel. Des.<<strong>br</strong> />

Salles Rossi, j. 14.10.2009, DJESP 28.10.2009).<<strong>br</strong> />

Ainda a respeito do solvens, dispõe o art. 307 do CC/2002 que somente terá eficácia o pagamento<<strong>br</strong> />

que importar transmissão da proprieda<strong>de</strong> quando feito por quem possa alienar o bem em que ele<<strong>br</strong> />

consistiu. Desse modo, somente se o solvens for titular <strong>de</strong> um direito real, será possível o pagamento.<<strong>br</strong> />

Esse dispositivo veda a alienação por quem não seja o dono da coisa (a non domino). A solução dada<<strong>br</strong> />

pela norma, em sua literalida<strong>de</strong>, é a ineficácia, e não a invalida<strong>de</strong> do pagamento.<<strong>br</strong> />

Pelo parágrafo único <strong>de</strong>sse dispositivo, se a parte <strong>de</strong>r em pagamento coisa fungível (substituível)<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> terceiro, não será mais possível que este reclame do credor que a recebeu <strong>de</strong> boa­fé e a consumiu. E<<strong>br</strong> />

isso ocorre mesmo no caso <strong>de</strong> alienação do bem por insolvente. Dessa forma, se for entregue coisa <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

terceiro, o mesmo <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>mandar o <strong>de</strong>vedor se a coisa já tiver sido consumida mesmo <strong>de</strong> boa­fé,<<strong>br</strong> />

baseando­se no princípio da vedação do enriquecimento sem causa. Mas, se não houve ainda o<<strong>br</strong> />

consumo, o terceiro po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>mandar o accipiens, segundo a nossa interpretação do dispositivo.<<strong>br</strong> />

Vejamos um exemplo. A entrega a B <strong>de</strong> cem sacas <strong>de</strong> café pertencentes a C, <strong>com</strong>o forma <strong>de</strong> pagamento.<<strong>br</strong> />

Três são as possibilida<strong>de</strong>s nesse caso:<<strong>br</strong> />

•<<strong>br</strong> />

•<<strong>br</strong> />

o café já foi consumido por , <strong>de</strong> boa-fé, a ação <strong>de</strong> é contra .<<strong>br</strong> />

Se<<strong>br</strong> />

o café não foi consumido por , a ação <strong>de</strong> é contra .<<strong>br</strong> />

Se<<strong>br</strong> />

•<<strong>br</strong> />

Essas conclusões partem da análise do último dispositivo à luz dos princípios da função social e da<<strong>br</strong> />

boa­fé que também regem a teoria do pagamento.<<strong>br</strong> />

b) Do accipiens ou “a quem se <strong>de</strong>ve pagar” (arts. 308 a 312 do CC)<<strong>br</strong> />

Como regra geral, o accipiens será o credor. Mas o pagamento também po<strong>de</strong> ser feito ao seu<<strong>br</strong> />

representante, que tem po<strong>de</strong>res para receber o pagamento, sob pena <strong>de</strong> só valer <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ratificação, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

confirmação pelo credor, ou havendo prova <strong>de</strong> reversão ao seu proveito (art. 308 do CC). Esclareça­se<<strong>br</strong> />

que apesar <strong>de</strong> a norma mencionar a valida<strong>de</strong> – assim <strong>com</strong>o os dois <strong>com</strong>andos seguintes –, o pagamento<<strong>br</strong> />

é resolvido no plano da eficácia. Nessa linha, enunciado aprovado na V Jornada <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong>, <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />

seguinte sentido: “O pagamento repercute no plano da eficácia, e não no plano da valida<strong>de</strong> <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

preveem os artigos 308, 309 e 310 do Código <strong>Civil</strong>” (Enunciado n. 425).<<strong>br</strong> />

O pagamento também po<strong>de</strong>rá ser feito aos sucessores do credor, <strong>com</strong>o no caso do her<strong>de</strong>iro e do<<strong>br</strong> />

legatário, que po<strong>de</strong>m ser reputados <strong>com</strong>o representantes.<<strong>br</strong> />

Segundo enuncia o art. 309 do CC, válido será o pagamento ao credor putativo (aquele que<<strong>br</strong> />

aparentemente tem po<strong>de</strong>res para receber) <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que haja boa­fé do <strong>de</strong>vedor. Eis aqui uma das principais<<strong>br</strong> />

aplicações da teoria da aparência, que procura valorizar a verda<strong>de</strong> real, em <strong>de</strong>trimento da verda<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

formal. Para ilustrar, imagine­se um caso em que um locatário efetua o seu pagamento na imobiliária X,<<strong>br</strong> />

há certo tempo. Mas o locador rompe o contrato <strong>de</strong> representação <strong>com</strong> essa imobiliária e contrata a<<strong>br</strong> />

imobiliária Y. O locatário não é avisado e continua fazendo os pagamentos na imobiliária anterior, sendo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!