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Manual de Direito Civil - Flávio Tartuce - 7ª Ed. - 2017 [materialcursoseconcursos.blogspot.com.br]

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– tornar <strong>de</strong>finitivo o contrato preliminar.<<strong>br</strong> />

<<strong>br</strong> />

– funcionar <strong>com</strong>o antecipação das perdas e danos, funcionando também <strong>com</strong>o penalida<strong>de</strong>. A função <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<<strong>br</strong> />

presentes na hipótese em que não constar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> arrependimento quanto à<<strong>br</strong> />

<<strong>br</strong> />

do contrato <strong>de</strong>finitivo, tratando-se <strong>de</strong> regra geral. Nesse caso, aplica-se o art. 418 do CC, pelo qual: “Se a<<strong>br</strong> />

cele<strong>br</strong>ação<<strong>br</strong> />

que <strong>de</strong>u as arras não executar o contrato, po<strong>de</strong>rá a outra tê-lo por <strong>de</strong>sfeito, retendo-as; se a inexecução for <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

parte<<strong>br</strong> />

recebeu as arras, po<strong>de</strong>rá quem as <strong>de</strong>u haver o contrato por <strong>de</strong>sfeito, e exigir sua <strong>de</strong>volução mais o<<strong>br</strong> />

quem<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

equivalente,<<strong>br</strong> />

Ainda nessa primeira hipótese, a parte inocente po<strong>de</strong> pedir in<strong>de</strong>nização suplementar, se provar maior<<strong>br</strong> />

advogado”.<<strong>br</strong> />

valendo as arras <strong>com</strong>o taxa mínima <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização. Po<strong>de</strong> a parte inocente, ainda, exigir a execução do<<strong>br</strong> />

prejuízo,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> as perdas e danos, valendo as arras, mais uma vez, <strong>com</strong>o taxa mínima dos prejuízos suportados (art.<<strong>br</strong> />

contrato,<<strong>br</strong> />

do CC). Isso porque, não havendo cláusula <strong>de</strong> arrependimento, no caso <strong>de</strong> não cele<strong>br</strong>ação do contrato<<strong>br</strong> />

419<<strong>br</strong> />

haverá inadimplemento, sendo permitido à parte inocente pleitear do culpado as perdas e danos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>finitivo,<<strong>br</strong> />

nos mol<strong>de</strong>s dos arts. 402 a 404 do CC. Nesse caso, as arras terão dupla função (tornar o contrato<<strong>br</strong> />

suplementares,<<strong>br</strong> />

+ antecipação das perdas e danos – penalida<strong>de</strong>).<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>finitivo<<strong>br</strong> />

no caso <strong>de</strong> constar no contrato a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> arrependimento. Nesse segundo caso, para<<strong>br</strong> />

<<strong>br</strong> />

das partes, as arras ou sinal terão função unicamente in<strong>de</strong>nizatória (incluída a penalida<strong>de</strong>), e não a <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

qualquer<<strong>br</strong> />

o contrato <strong>de</strong>finitivo, <strong>com</strong>o acontece na hipótese anterior. Assim sendo, quem as <strong>de</strong>u perdê-las-á em<<strong>br</strong> />

confirmar<<strong>br</strong> />

da outra parte; e quem as recebeu <strong>de</strong>volvê-las-á mais o equivalente. Em ambos os casos envolvendo as<<strong>br</strong> />

benefício<<strong>br</strong> />

penitenciais não haverá direito à in<strong>de</strong>nização suplementar (art. 420 do CC). Esse dispositivo está em total<<strong>br</strong> />

arras<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> o entendimento jurispru<strong>de</strong>ncial anterior, particularmente quanto à Súmula 412 do STF, pela qual: “No<<strong>br</strong> />

sintonia<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> <strong>com</strong>pra e venda, <strong>com</strong> cláusula <strong>de</strong> arrependimento, a <strong>de</strong>volução do sinal, por quem o <strong>de</strong>u, ou a sua<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>promisso<<strong>br</strong> />

em do<strong>br</strong>o, por quem o recebeu, exclui in<strong>de</strong>nização maior a título <strong>de</strong> perdas e danos, salvo os juros<<strong>br</strong> />

restituição<<strong>br</strong> />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong><<strong>br</strong> />

arts. 423 e 424 do CC. Nota­se claramente a prevalência da função so<strong>br</strong>e a estrutura, o que conta <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />

apoio <strong>de</strong>ste autor.<<strong>br</strong> />

Das arras ou sinal<<strong>br</strong> />

3.8.6<<strong>br</strong> />

As arras ou sinal po<strong>de</strong>m ser conceituados <strong>com</strong>o sendo o sinal, o valor dado em dinheiro ou o bem<<strong>br</strong> />

móvel entregue por uma parte à outra, quando do contrato preliminar, visando a trazer a presunção <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

cele<strong>br</strong>ação do contrato <strong>de</strong>finitivo. As arras ou sinal são normalmente previstos em <strong>com</strong>promissos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>pra e venda <strong>de</strong> imóvel. Exemplificando, imagine­se o caso em que é cele<strong>br</strong>ado um <strong>com</strong>promisso <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>pra e venda <strong>de</strong> imóvel <strong>com</strong> valor <strong>de</strong> R$ 100.000,00 (cem mil reais). Para tornar <strong>de</strong>finitivo o<<strong>br</strong> />

contrato o <strong>com</strong>promissário <strong>com</strong>prador paga R$ 10.000,00 (<strong>de</strong>z mil reais) ao promitente ven<strong>de</strong>dor.<<strong>br</strong> />

Nesse sentido, se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte <strong>de</strong>r à outra, a título <strong>de</strong> arras,<<strong>br</strong> />

dinheiro ou outro bem móvel, <strong>de</strong>verão estas, em caso <strong>de</strong> execução, ser restituídas ou <strong>com</strong>putadas na<<strong>br</strong> />

prestação <strong>de</strong>vida, se do mesmo gênero da principal (art. 417 do CC). Por este <strong>com</strong>ando legal, percebese<<strong>br</strong> />

a primeira função do sinal: funcionar <strong>com</strong>o antecipação do pagamento, valendo <strong>com</strong>o <strong>de</strong>sconto<<strong>br</strong> />

quando do pagamento do valor total da o<strong>br</strong>igação.<<strong>br</strong> />

As arras também têm outras duas funções:<<strong>br</strong> />

penalida<strong>de</strong> está <strong>de</strong>ntro da antecipação das perdas e danos.<<strong>br</strong> />

Como se po<strong>de</strong> notar, a natureza das arras é muito próxima da cláusula penal, tendo também<<strong>br</strong> />

natureza acessória. De acordo <strong>com</strong> o tratamento dado pelo Código <strong>Civil</strong>, duas são as espécies <strong>de</strong> arras<<strong>br</strong> />

ou sinal:<<strong>br</strong> />

a)<<strong>br</strong> />

b)<<strong>br</strong> />

moratórios e os encargos do processo”.

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