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Manual de Direito Civil - Flávio Tartuce - 7ª Ed. - 2017 [materialcursoseconcursos.blogspot.com.br]

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vários direitos da personalida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Atingem<<strong>br</strong> />

individuais homogêneos ou coletivos em sentido estrito<<strong>br</strong> />

<strong>Direito</strong>s<<strong>br</strong> />

um rebaixamento no nível <strong>de</strong> vida da coletivida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Causam<<strong>br</strong> />

(Junqueira).<<strong>br</strong> />

para um fundo <strong>de</strong> proteção ou instituição <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

In<strong>de</strong>nização<<strong>br</strong> />

carida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong><<strong>br</strong> />

danos morais coletivos. (…)” (STJ, REsp 1.101.949/DF, 4.ª Turma, Rel. Min. Marco Buzzi, j.<<strong>br</strong> />

10.05.2016, DJe 30.05.2016).<<strong>br</strong> />

Feitas tais importantes consi<strong>de</strong>rações, <strong>com</strong> o fito <strong>de</strong> esclarecer o teor da matéria, po<strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

elaborado o seguinte quadro para diferenciar os danos morais coletivos dos danos sociais:<<strong>br</strong> />

Danos morais coletivos<<strong>br</strong> />

Danos sociais ou difusos<<strong>br</strong> />

vítimas <strong>de</strong>terminadas ou <strong>de</strong>termináveis.<<strong>br</strong> />

–<<strong>br</strong> />

é <strong>de</strong>stinada para as próprias vítimas.<<strong>br</strong> />

In<strong>de</strong>nização<<strong>br</strong> />

difusos – vítimas in<strong>de</strong>terminadas. Toda a socieda<strong>de</strong> é<<strong>br</strong> />

<strong>Direito</strong>s<<strong>br</strong> />

da conduta. vítima<<strong>br</strong> />

A encerrar, frise­se que não há qualquer óbice para a cumulação dos danos morais coletivos e dos<<strong>br</strong> />

danos sociais ou difusos em uma mesma ação. Isso foi reconhecido pela Quarta Turma do Superior<<strong>br</strong> />

Tribunal <strong>de</strong> Justiça, no julgamento do Recurso Especial 1.293.606/MG, em setem<strong>br</strong>o <strong>de</strong> 2014.<<strong>br</strong> />

Conforme o Relator Ministro Luis Felipe Salomão, “as tutelas pleiteadas em ações civis públicas não<<strong>br</strong> />

são necessariamente puras e estanques. Não é preciso que se peça, <strong>de</strong> cada vez, uma tutela referente a<<strong>br</strong> />

direito individual homogêneo, em outra ação uma <strong>de</strong> direitos coletivos em sentido estrito e, em outra,<<strong>br</strong> />

uma <strong>de</strong> direitos difusos, notadamente em se tratando <strong>de</strong> ação manejada pelo Ministério Público, que<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>tém legitimida<strong>de</strong> ampla no processo coletivo. Isso porque, embora <strong>de</strong>terminado direito não possa<<strong>br</strong> />

pertencer, a um só tempo, a mais <strong>de</strong> uma categoria, isso não implica dizer que, no mesmo cenário fático<<strong>br</strong> />

ou jurídico conflituoso, violações simultâneas <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma espécie não possam ocorrer”.<<strong>br</strong> />

Danos por perda <strong>de</strong> uma chance<<strong>br</strong> />

4.2.5.6<<strong>br</strong> />

No que concerne à perda <strong>de</strong> uma chance <strong>com</strong>o nova categoria <strong>de</strong> dano, cresce na jurisprudência o<<strong>br</strong> />

número <strong>de</strong> julgados <strong>de</strong> sua aplicação. A<strong>de</strong>mais, na doutrina <strong>br</strong>asileira, <strong>de</strong>stacam­se dois interessantes<<strong>br</strong> />

trabalhos, publicados pelos jovens juristas Sérgio Savi 43 e Rafael Peteffi da Silva. 44<<strong>br</strong> />

Consigne­se que na V Jornada <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong>, realizada em novem<strong>br</strong>o <strong>de</strong> 2011, foi aprovado<<strong>br</strong> />

enunciado doutrinário proposto pelo último jurista citado, reconhecendo a sua ampla reparação, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

dano material ou imaterial (Enunciado n. 444).<<strong>br</strong> />

A perda <strong>de</strong> uma chance está caracterizada quando a pessoa vê frustrada uma expectativa, uma<<strong>br</strong> />

oportunida<strong>de</strong> futura, que, <strong>de</strong>ntro da lógica do razoável, ocorreria se as coisas seguissem o seu curso<<strong>br</strong> />

normal. A partir <strong>de</strong>ssa i<strong>de</strong>ia, <strong>com</strong>o expõem os autores citados, essa chance <strong>de</strong>ve ser séria e real.<<strong>br</strong> />

Buscando critérios objetivos para a aplicação da teoria, Sérgio Savi leciona que a perda da chance estará<<strong>br</strong> />

caracterizada quando a probabilida<strong>de</strong> da oportunida<strong>de</strong> for superior a 50% (cinquenta por cento). 45 Pois<<strong>br</strong> />

bem, vejamos alguns exemplos prático­jurispru<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> incidência da nova categoria na realida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>asileira.<<strong>br</strong> />

De início, numerosos são os julgados que responsabilizam advogados por per<strong>de</strong>rem prazos <strong>de</strong> seus<<strong>br</strong> />

clientes, gerando perda da chance <strong>de</strong> vitória judicial (por todos: STJ, Ag. Rg. no Ag. 932.446/RS,<<strong>br</strong> />

Processo 2007/0167882­9, 3.ª Turma, Rel. Min. Fátima Nancy Andrighi, j. 06.12.2007, DJU<<strong>br</strong> />

18.12.2007, p. 274; 2.º TACSP, Apelação <strong>com</strong> Revisão 648.037­00/9, 5.ª Câmara, Rel. Juiz Dyrceu<<strong>br</strong> />

Cintra, j. 11.12.2002; TJRS, Apelação Cível 70005473061, 9.ª Câmara Cível, Rel. Adão Sérgio do<<strong>br</strong> />

Nascimento Cassiano, j. 10.12.2003).<<strong>br</strong> />

Na seara médica, o pioneiro Tribunal do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul já responsabilizou um hospital por<<strong>br</strong> />

morte <strong>de</strong> recém­nascido, havendo a perda <strong>de</strong> chance <strong>de</strong> viver (TJRS, Processo 70013036678, Data:

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