08.04.2017 Views

Manual de Direito Civil - Flávio Tartuce - 7ª Ed. - 2017 [materialcursoseconcursos.blogspot.com.br]

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

dos institutos, o que, aliás, ocorre nas violentas invasões <strong>de</strong> terra que são praticadas no Brasil e as violentas<<strong>br</strong> />

sacrifício<<strong>br</strong> />

ainda) reprimendas por parte dos proprietários e possuidores, o que tem tornado o meio rural <strong>br</strong>asileiro um<<strong>br</strong> />

(mais<<strong>br</strong> />

campo <strong>de</strong> batalha, habitado por inúmeras milícias armadas.<<strong>br</strong> />

verda<strong>de</strong>iro<<strong>br</strong> />

– A lei está a autorizar que o possuidor que faz uso da autotutela utilize o apoio <strong>de</strong> empregados ou prepostos. Isso<<strong>br</strong> />

3.º<<strong>br</strong> />

o art. 1.210, § 1.º, do CC faz menção à força própria, que inclui o auxílio <strong>de</strong> terceiros, <strong>com</strong> quem mantém<<strong>br</strong> />

porque<<strong>br</strong> />

Sendo reconhecida essa possibilida<strong>de</strong>, é importante concluir que se o preposto, empregado ou serviçal, na<<strong>br</strong> />

vínculos.<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ssa posse e seguindo as or<strong>de</strong>ns do possuidor, causar danos a outrem, respon<strong>de</strong>rá o <strong>com</strong>itente, empregador ou<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>fesa<<strong>br</strong> />

nos termos dos arts. 932 e 933 do CC. A responsabilida<strong>de</strong> do possuidor é objetiva (in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

senhorio,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que <strong>com</strong>provada a culpa daquele por quem se é responsável – responsabilida<strong>de</strong> objetiva indireta ou por<<strong>br</strong> />

culpa),<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> outrem. atos<<strong>br</strong> />

real – dá-se pela entrega efetiva ou material da coisa, <strong>com</strong>o ocorre na entrega do veículo pela<<strong>br</strong> />

Tradição<<strong>br</strong> />

em uma <strong>com</strong>pra e venda.<<strong>br</strong> />

concessionária<<strong>br</strong> />

simbólica – há um ato representativo da transferência da coisa <strong>com</strong>o, por exemplo, a entrega das chaves<<strong>br</strong> />

Tradição<<strong>br</strong> />

um apartamento. É o que ocorre na traditio longa manu, em que a coisa a ser entregue é colocada à disposição<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

outra parte. Ilustrando, o CC/2002 passou a disciplinar, <strong>com</strong>o cláusula especial da <strong>com</strong>pra e venda, a venda so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

da<<strong>br</strong> />

em que a entrega efetiva do bem móvel é substituída pela entrega <strong>de</strong> documento correspon<strong>de</strong>nte à<<strong>br</strong> />

documentos,<<strong>br</strong> />

(arts. 529 a 532 do CC).<<strong>br</strong> />

proprieda<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ficta – é aquela que se dá por presunção, <strong>com</strong>o ocorre na traditio <strong>br</strong>evi manu, em que o possuidor possuía<<strong>br</strong> />

Tradição<<strong>br</strong> />

nome alheio e agora passa a possuir em nome próprio (o exemplo típico é o do locatário que <strong>com</strong>pra o imóvel,<<strong>br</strong> />

em<<strong>br</strong> />

a ser o proprietário). Também há tradição ficta no constituto possessório ou cláusula constituti, em que o<<strong>br</strong> />

passando<<strong>br</strong> />

possuía em nome próprio e passa a possuir em nome alheio (o caso do proprietário que ven<strong>de</strong> o imóvel e<<strong>br</strong> />

possuidor<<strong>br</strong> />

permanece <strong>com</strong>o locatário).<<strong>br</strong> />

nele<<strong>br</strong> />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong><<strong>br</strong> />

Formas <strong>de</strong> aquisição, transmissão e perda da posse<<strong>br</strong> />

7.3.5<<strong>br</strong> />

O Código <strong>Civil</strong> Brasileiro <strong>de</strong> 2002, a exemplo do seu antecessor, continua elencando as formas e<<strong>br</strong> />

regras da aquisição, transmissão e perda da posse, aqui estudadas em mesmo tópico, para facilitação<<strong>br</strong> />

didática.<<strong>br</strong> />

De início, quanto à aquisição da posse, preconiza o art. 1.204 do CC/2002 que “Adquire­se a posse<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, <strong>de</strong> qualquer dos po<strong>de</strong>res<<strong>br</strong> />

inerentes à proprieda<strong>de</strong>”. Confrontado esse dispositivo <strong>com</strong> o art. 493 do CC/1916, percebe­se que o<<strong>br</strong> />

legislador preferiu não elencar as hipóteses <strong>de</strong> aquisição da posse, <strong>com</strong>o constava da antiga codificação.<<strong>br</strong> />

Substituiu­se, portanto, uma relação supostamente fechada ou taxativa (numerus clausus) por um<<strong>br</strong> />

conceito aberto, a ser preenchido caso a caso (numerus apertus). E não po<strong>de</strong>ria ser diferente, pois a<<strong>br</strong> />

atual codificação, no espírito realeano (Miguel Reale), segue um sistema <strong>de</strong> princípios, <strong>de</strong> cláusulas<<strong>br</strong> />

gerais (janelas abertas <strong>de</strong>ixadas na lei), <strong>de</strong> conceitos legais in<strong>de</strong>terminados. Sendo assim, as formas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

aquisição da posse que constavam da lei anterior servem somente <strong>com</strong>o exemplo, a saber: a) apreensão<<strong>br</strong> />

da coisa; b) exercício <strong>de</strong> direito; c) fato <strong>de</strong> disposição da coisa; e d) qualquer outro modo geral <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

aquisição <strong>de</strong> direito.<<strong>br</strong> />

Dessas formas <strong>de</strong> aquisição, <strong>de</strong>ve­se lem<strong>br</strong>ar que há formas <strong>de</strong> aquisição originárias, em que há<<strong>br</strong> />

um contato direto entre a pessoa e a coisa; e formas <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong>rivadas, em que há uma<<strong>br</strong> />

intermediação pessoal. 34 Como forma originária, o exemplo típico se dá no ato <strong>de</strong> apreensão <strong>de</strong> bem<<strong>br</strong> />

móvel, quando a coisa não tem dono (res nullius) ou for abandonada (res <strong>de</strong>relictae). Como forma<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>rivada, o caso mais importante envolve a tradição, que vem a ser a entrega da coisa, principal forma<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> aquisição da proprieda<strong>de</strong> móvel. A partir das construções <strong>de</strong> Washington <strong>de</strong> Barros Monteiro,<<strong>br</strong> />

classifica­se a tradição da seguinte forma: 35<<strong>br</strong> />

a)<<strong>br</strong> />

b)<<strong>br</strong> />

c)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!