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Manual de Direito Civil - Flávio Tartuce - 7ª Ed. - 2017 [materialcursoseconcursos.blogspot.com.br]

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se enquadrar na segunda parte do art. 927, parágrafo único, do CC/2002.<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

do risco-proveito: é adotada nas situações em que o risco <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> lucrativa, ou seja, o<<strong>br</strong> />

Teoria<<strong>br</strong> />

retira um proveito do risco criado, <strong>com</strong>o nos casos envolvendo os riscos <strong>de</strong> um produto, relacionados <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />

agente<<strong>br</strong> />

objetiva <strong>de</strong>corrente do Código <strong>de</strong> Defesa do Consumidor. Dentro da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> risco-proveito estão<<strong>br</strong> />

responsabilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

riscos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, nos termos do Enunciado n. 43 do CJF/STJ. Exemplificando, <strong>de</strong>ve uma empresa<<strong>br</strong> />

os<<strong>br</strong> />

respon<strong>de</strong>r por um novo produto que coloca no mercado e que ainda está em fase <strong>de</strong> testes.<<strong>br</strong> />

farmacêutica<<strong>br</strong> />

do risco integral: nessa hipótese não há exclu<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> nexo <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> civil a ser<<strong>br</strong> />

Teoria<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o nos casos <strong>de</strong> danos ambientais, segundo os autores ambientalistas (art. 14, § 1.º, da Lei<<strong>br</strong> />

alegada,<<strong>br</strong> />

Anote-se que o entendimento pelo risco integral para os danos ambientais é chancelado pelo<<strong>br</strong> />

6.938/1981).<<strong>br</strong> />

Tribunal <strong>de</strong> Justiça (ver, por todos: REsp 1.114.398/PR, 2.ª Seção, Rel. Min. Sidnei Beneti, j. 08.02.2012,<<strong>br</strong> />

Superior<<strong>br</strong> />

Nos casos previstos expressamente em lei. Como primeiro exemplo, cite-se a responsabilida<strong>de</strong> objetiva dos<<strong>br</strong> />

1.º)<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> produtos e prestadores <strong>de</strong> serviços frente aos consumidores, prevista no Código <strong>de</strong> Defesa do<<strong>br</strong> />

fornecedores<<strong>br</strong> />

(Lei 8.078/1990). Como segundo exemplo, <strong>de</strong>staque-se a responsabilida<strong>de</strong> civil ambiental, consagrada pela<<strong>br</strong> />

Consumidor<<strong>br</strong> />

da Política Nacional do Meio Ambiente (art. 14, § 1.º, da Lei 6.938/1981). O terceiro exemplo é a Lei 12.846, <strong>de</strong> 1.º <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Lei<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> 2013, que dispõe so<strong>br</strong>e a responsabilização administrativa e civil <strong>de</strong> pessoas jurídicas, pela prática <strong>de</strong> atos<<strong>br</strong> />

agosto<<strong>br</strong> />

a administração pública, especialmente por corrupção. De acordo <strong>com</strong> o art. 2.º da última norma, as pessoas<<strong>br</strong> />

contra<<strong>br</strong> />

serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos no seu<<strong>br</strong> />

jurídicas<<strong>br</strong> />

praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.<<strong>br</strong> />

texto,<<strong>br</strong> />

Uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> risco normalmente <strong>de</strong>sempenhada pelo autor do dano, o que é consagração da cláusula geral <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

2.º)<<strong>br</strong> />

objetiva. Como se po<strong>de</strong> notar, trata-se <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> normalmente lícita, que causa danos aos<<strong>br</strong> />

responsabilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> outrem. Esses “direitos <strong>de</strong> outrem” <strong>de</strong>vem a<strong>br</strong>anger não apenas a vida e a integrida<strong>de</strong> física, mas também<<strong>br</strong> />

direitos<<strong>br</strong> />

direitos, <strong>de</strong> caráter patrimonial ou extrapatrimonial, conforme o preciso Enunciado n. 555 do CJF/STJ, da VI<<strong>br</strong> />

outros<<strong>br</strong> />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong><<strong>br</strong> />

–<<strong>br</strong> />

–<<strong>br</strong> />

DJe 16.02.2012. Publicado no Informativo n. 490 do STJ).<<strong>br</strong> />

Superada essa visualização panorâmica, pelo art. 927, parágrafo único, do Código geral privado,<<strong>br</strong> />

haverá responsabilida<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> culpa em duas situações:<<strong>br</strong> />

Jornada <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong> (2013).<<strong>br</strong> />

Para esclarecer o que constitui essa ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> risco, foi aprovado enunciado na I Jornada <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong> do Conselho da Justiça Fe<strong>de</strong>ral, <strong>com</strong> a seguinte redação: “Enunciado n. 38. Art. 927: a<<strong>br</strong> />

responsabilida<strong>de</strong> fundada no risco da ativida<strong>de</strong>, <strong>com</strong>o prevista na segunda parte do parágrafo único do<<strong>br</strong> />

art. 927 do novo Código <strong>Civil</strong>, configura­se quando a ativida<strong>de</strong> normalmente <strong>de</strong>senvolvida pelo autor<<strong>br</strong> />

do dano causar a pessoa <strong>de</strong>terminada um ônus maior do que aos <strong>de</strong>mais mem<strong>br</strong>os da coletivida<strong>de</strong>”.<<strong>br</strong> />

Desse modo, a nova previsão consagra um risco excepcional, acima da situação <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Nas palavras <strong>de</strong> Cláudio Luiz Bueno <strong>de</strong> Godoy, a norma traz <strong>com</strong>o conteúdo um “risco<<strong>br</strong> />

diferenciado, especial, particular, <strong>de</strong>stacado, afinal se toda prática organizada <strong>de</strong> atos em maior ou<<strong>br</strong> />

menor escala o produz”. 52 Destaque­se que o jurista propôs enunciado nesse sentido quando da V<<strong>br</strong> />

Jornada <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong>, que contou <strong>com</strong> o apoio <strong>de</strong>ste autor, nos seguintes termos: “A regra do artigo<<strong>br</strong> />

927, parágrafo único, segunda parte, do CC aplica­se sempre que a ativida<strong>de</strong> normalmente<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolvida, mesmo sem <strong>de</strong>feito e não essencialmente perigosa, induza, por sua natureza, risco<<strong>br</strong> />

especial e diferenciado aos direitos <strong>de</strong> outrem. São critérios <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>sse risco, entre outros, a<<strong>br</strong> />

estatística, a prova técnica e as máximas <strong>de</strong> experiência” (Enunciado n. 448).<<strong>br</strong> />

Também na V Jornada <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong>, realizada em novem<strong>br</strong>o <strong>de</strong> 2011, aprovou­se enunciado<<strong>br</strong> />

propondo uma interpretação sociológica do <strong>com</strong>ando, no seguinte sentido: “A responsabilida<strong>de</strong> civil<<strong>br</strong> />

prevista na segunda parte do parágrafo único do art. 927 do Código <strong>Civil</strong> <strong>de</strong>ve levar em consi<strong>de</strong>ração<<strong>br</strong> />

não apenas a proteção da vítima e a ativida<strong>de</strong> do ofensor, mas também a prevenção e o interesse da

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