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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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98 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

E seus irmãos. É incerto por que seus irmãos o acompanhavam,<br />

a menos que coincidisse de irem, ao mesmo tempo, a Jerusalém. Além<br />

do mais, pelo termo irmãos, o idioma hebraico, como é bem notório,<br />

quer dizer toda sorte de parentes do sexo masculino.<br />

13. E a páscoa estava próxima, e então Jesus subiu a Jerusalém.<br />

Literalmente, o grego é “e ele foi”, mas o Evangelista adiciona a conjunção<br />

‘e’ em lugar da conjunção causal. Pois ele tenciona dizer que Jesus<br />

então subiu a Jerusalém com o fim de observar a páscoa. Seu objetivo<br />

era duplo: visto que o Filho de Deus era sujeito à lei, por nossa causa,<br />

ele desejava, ao observar precisamente todos os mandamentos da<br />

lei, revelar nele um tipo de plena submissão e obediência. Além disso,<br />

visto que ele podia realizar mais boas obras entre uma multidão de<br />

pessoas, quase sempre fazia uso desse tipo de oportunidade. Portanto,<br />

sempre que, posteriormente, se repete que Cristo veio a Jerusalém<br />

para os dias de festas, que o leitor observe bem que ele procedia assim<br />

primeiramente para que, juntamente com os demais, pudesse pôr em<br />

prática os exercícios da religião instituída por Deus; e, segundo, para<br />

que pudesse proclamar sua doutrina a um maior número de pessoas.<br />

16. Não façais da casa de meu Pai. Na segunda purificação do<br />

templo, os demais Evangelistas registram o uso de uma linguagem<br />

mais abrupta e severa – haviam feito do templo um covil de ladrões,<br />

e isso foi oportuno quando uma reprovação mais indulgente não teria<br />

sido de nenhum proveito. Ele simplesmente os adverte, então, a não<br />

profanar o templo de Deus, pervertendo-o com o fim de alienar seu<br />

uso. O templo era chamado a casa de Deus, visto que Deus queria ser<br />

ali invocado de uma forma especial, porque ali ele exercia seu poder e<br />

porque o separara para as cerimônias espirituais e santas.<br />

Cristo declara ser o Filho de Deus, aquele que podia reivindicar<br />

o direito e autoridade de purificar o templo. Além disso, visto que ele<br />

aqui apresenta o motivo de proceder daquela forma, qualquer um que<br />

quiser extrair vantagem desse fato deve concentrar-se principalmente<br />

nesta frase. Por que, pois, ele expulsa os compradores e vendedores<br />

do templo? Para restaurar o culto divino à sua integridade, o qual

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