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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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464 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

tempo de sua morte já estava se avizinhando. Portanto, não carece<br />

que admiremos por haver ilustrado sua própria glória, de uma maneira<br />

extraordinária, nessa obra, com a qual ele queria imprimir profundamente<br />

em nossas mentes para que fosse selado, em alguns aspectos,<br />

tudo o que fizera antes. Houve outros a quem Cristo ressuscitou dentre<br />

os mortos, mas agora exibe seu poder em um corpo putrefato. Mas<br />

as circunstâncias que tendem a exaltar a glória de Deus nesse milagre<br />

serão realçadas em seu lugar e ordens próprios.<br />

Betânia, vila de Maria e sua irmã Marta. A provável razão por<br />

que esta circunstância é mencionada é que Lázaro não havia adquirido<br />

tão grande celebridade entre os crentes como suas irmãs o tinham,<br />

pois essas santas mulheres costumavam agradar a Cristo com sua<br />

hospitalidade, como se faz evidente à luz do que é relatado pelo evangelista<br />

Lucas [10.38]. Realmente é um disparate tão ridículo suporem<br />

os monges e crias tais como têm os papistas, fazer desta pequena cidade<br />

ou vila um castelo.<br />

2. Aquela Maria que ungira o Senhor. É uma similar exibição de<br />

ignorância imaginar que esta Maria, irmã de Lázaro, seja aquela mulher<br />

de vida impura e infame mencionada em Lucas [7.37]. Tal equívoco<br />

foi ocasionado pela unção, como se não fosse bastante evidente que<br />

Cristo foi ungido em diversas ocasiões e ainda em diferentes lugares.<br />

A mulher que era pecadora, de quem Lucas faz um relato, ungiu Cristo<br />

em Jerusalém, onde ele morava. Maria, porém, mais tarde o ungiu em<br />

Betânia, que era sua própria vila. O pretérito empregado pelo evangelista,<br />

que ungiu, deve referir-se não ao tempo da ocorrência que ele<br />

ora relata, mas ao tempo em que escreveu, como se quisesse dizer:<br />

“Foi esta Maria que depois derramou unguento na cabeça de Cristo,<br />

fato esse que despertou murmuração entre os discípulos” [Mt 26.7].<br />

3. Eis que está enfermo aquele a quem amas. A passagem é breve,<br />

porém Cristo poderia facilmente depreender dela o que as duas<br />

irmãs desejavam, pois nesta queixa declaram humildemente que se ele<br />

quisesse poderia atender sua solicitação. Aliás, aqui aprendemos que<br />

não somos proibidos de usar uma forma mais longa de oração, mas

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