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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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62 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

tintas estão envolvidas. Outros pensam que eles estavam perguntando<br />

se ele era um dos profetas antigos. Mas não aprecio também essa exposição.<br />

Ao contrário, com esta pergunta estão fazendo referência ao<br />

ofício de <strong>João</strong>, como se perguntassem se ele era um profeta designado<br />

por Deus. Ao negar isso, ele não está usando de falsa modéstia, mas<br />

está honesta e sinceramente se excluindo do número dos profetas. E,<br />

no entanto, tal resposta não entra em conflito com a descrição que<br />

Cristo fez dele. Cristo conferiu a <strong>João</strong> o título de profeta e ainda acrescenta<br />

que ele é “mais que um profeta” [Mt 11.9]. Mas, ao fazer uso<br />

dessas palavras, ele simplesmente granjeia crédito e autoridade para<br />

o ensino de <strong>João</strong>, ao mesmo tempo que enaltece a excelência do ofício<br />

a ele confiado. Nesta passagem, porém, <strong>João</strong> tem um objetivo distinto<br />

– mostrar que ele não tem uma comissão pessoal, como sucedeu com<br />

os profetas, mas que foi designado para ser pura e simplesmente o<br />

arauto de Cristo.<br />

Tal fato se fará ainda mais claro à guisa de uma metáfora. Mesmo<br />

os embaixadores que são enviados com assuntos não de grande<br />

importância recebem o nome e autoridade de embaixadores, caso de<br />

fato sejam detentores de missões pessoais. Tais eram todos os profetas<br />

que, desde que tivessem profecias definidas, desempenhavam o<br />

ofício profético. Suponha-se, porém, que surja uma questão de grande<br />

importância e dois embaixadores sejam enviados, um dos quais anuncia<br />

que o outro logo virá para conduzir todos os negócios e com a<br />

responsabilidade de levar a bom termo toda a negociação. O primeiro<br />

não será considerado como que uma parte e apêndice do principal?<br />

Assim foi com <strong>João</strong>, a quem Deus nenhuma outra coisa ordenou senão<br />

que fosse o preparador de discípulos para Cristo. 25 E esse significado<br />

é facilmente extraído de todo o contexto da passagem; pois devemos<br />

considerar a sentença negativa imediatamente a seguir. Diz ele: “Eu<br />

não sou um profeta, mas uma voz que clama no deserto.” A distinção<br />

está no fato de que a voz que clama, dizendo que se prepare um cami-<br />

25 “Sinon de preparer les Juifs à donner audience à Christ, et estre ses disciples.”

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