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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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402 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

mendigo, disseram: Não é este aquele que se sentava e mendigava?<br />

Uns diziam: É ele. E outros: Parece-se com ele. Ele,<br />

porém, disse: Sou eu. Disseram-lhe, pois: Como teus olhos foram<br />

abertos? Ele respondeu e disse: Um homem, que se chama<br />

Jesus, fez barro e untou meus olhos, e me disse: Vai ao tanque<br />

de Siloé e lava-te. E depois que fui e me lavei, eu vi. Disseram-<br />

-lhe, pois: Onde está ele? Ele disse: Não sei.<br />

6. Ele cuspiu na terra. A intenção de Cristo era restaurar a vista<br />

ao cego, porém começa a operação de uma maneira que aparenta<br />

totalmente absurda, pois, untando seus olhos com barro, ele em certo<br />

sentido duplica a cegueira. Quem jamais concluiu, ou que ele estava<br />

motejando da miséria do homem, ou que estava praticando uma brincadeira<br />

sem sentido e absurda? Mas com isso ele tencionava testar a<br />

fé e obediência do cego, para vir a ser um exemplo a todos. Certamente<br />

essa não foi uma prova ordinária de fé, ou seja: que o cego, cofiando<br />

numa mera palavra, está plenamente convicto de que sua vista lhe<br />

será restaurada, e com essa convicção correu ao lugar que lhe fora<br />

ordenado. O fato de simplesmente obedecer a Cristo serviu de extraordinário<br />

enaltecimento de sua obediência, ainda que houvesse muita<br />

distração para mudar de curso. E aqui está a prova da verdadeira fé,<br />

quando a mente devota, satisfeita com a mera palavra de Deus, promete<br />

e faz o que parece incrível. A fé é instantaneamente seguida da<br />

prontidão para obedecer, de modo que aquele que se convence de que<br />

Deus será seu fiel Guia tranquilamente se entrega à diretriz divina. Não<br />

pode haver dúvida de que alguma suspeita e temor, de que pudesse<br />

estar sendo zombado, vieram à mente do cego, ele, porém, achou fácil<br />

romper tal obstrução, ao chegar à conclusão de que se sentia seguro<br />

em seguir a Cristo. Pode objetar-se que o cego não sabia quem era<br />

Cristo, e por isso poderia não prestar-lhe a hora que lhe era devida<br />

como o Filho de Deus. Reconheço tal possibilidade, mas, como ele cria<br />

que Cristo fora enviado por Deus, se lhe submeteu e não nutriu dúvida<br />

de que ele falava a verdade, e nada mais viu nele senão o que era divi-

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