06.10.2015 Views

Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo 4 • 155<br />

completado. Assim, ele gradualmente foi deixando com Cristo o ofício<br />

de ensinar e batizar.<br />

2. Ainda que Cristo mesmo não batizasse. Ele designa de Batismo<br />

de Cristo, o que este conferia pelas mãos de outros, com o fim de informar-nos<br />

que o batismo não deve ser avaliado pelo prisma da pessoa<br />

do ministro, senão que seu poder depende inteiramente de seu Autor,<br />

em cujo nome, e por cuja autoridade, é conferido. Daí extrairmos extraordinária<br />

consolação quando sabemos que nosso batismo não tem<br />

menos eficácia para nos lavar e nos renovar do que se ele fosse ministrado<br />

pelas mãos do Filho de Deus. Tampouco se pode duvidar que,<br />

enquanto viveu no mundo, ele se absteve da administração externa do<br />

sinal, com o expresso propósito de testificar a todas as eras que o batismo<br />

nada perde de seu valor [intrínseco] quando administrado pela<br />

mão do homem mortal. Em suma, Cristo não só batizou interiormente<br />

pela instrumentalidade de seu Espírito, mas o próprio símbolo que<br />

recebemos de um homem mortal deve ser considerado por nós como<br />

se Cristo mesmo manifestasse sua mão desde o céu e a estendesse em<br />

nossa direção.<br />

Ora, se o batismo administrado por um homem é o batismo de<br />

Cristo, ele não cessará de ser o batismo de Cristo, não importa quem<br />

o administre. E isso é suficiente para refutar os anabatistas que defendem<br />

esta tese: quando o ministro é um homem ímpio, o batismo<br />

é também invalidado, e com tal absurdo eles perturbam a Igreja. E<br />

também Agostinho, com muita propriedade, empregou o mesmo argumento<br />

contra os donatistas.<br />

5. Que é chamada Sicar. Jerônimo, em seu epitáfio a Paula, crê<br />

que esta é uma redação incorreta, e que a palavra Sicar deve ser<br />

grafada Siquem. E, de fato, a última parece ter sido o nome antigo e verdadeiro.<br />

Mas é provável que, nos dias do evangelista, a palavra Sicar<br />

já fosse de uso popular. Quanto ao lugar, geralmente se concorda que<br />

fosse uma cidade situada nas proximidades do Monte Gerizim, cujos<br />

habitantes foram traiçoeiramente assassinados por Simão e Levi [Gn<br />

34.25], e cujos fundamentos Abimeleque, um nativo do lugar, mais tar-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!