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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 1 • 63<br />

nho para o Senhor, não é a voz de um profeta, com uma função distinta<br />

peculiar a si, mas, por assim dizer, meramente um ministro assistente,<br />

e que sua pregação é apenas uma espécie de preparação para que se<br />

ouça outro mestre. Dessa forma <strong>João</strong>, embora mais excelente que todos<br />

os profetas, não é, contudo, um profeta propriamente dito.<br />

23. A voz daquele que clama. Visto que teria sido acusado de temeridade<br />

se assumisse o ofício de mestre sem que lhe fosse confiado<br />

um ministério, ele mostra qual era sua função e o confirma com o testemunho<br />

de Isaías [40.3]. Daqui, conclui-se que ele nada fazia senão o<br />

que Deus lhe ordenara. Isaías não está falando ali somente de <strong>João</strong>; mas,<br />

prometendo a restauração da Igreja, ele prediz que vozes de alegria seriam<br />

ouvidas ordenando que se aplainasse o caminho para o Senhor.<br />

Ora, ainda que ele aponte para a vinda de Deus, quando trouxe de volta<br />

o povo do cativeiro babilônico, no entanto o verdadeiro cumprimento<br />

estava na manifestação de Cristo na carne. Portanto, dentre os arautos<br />

que anunciaram que o Senhor estava próximo, <strong>João</strong> era o principal.<br />

É fútil filosofar com sutileza, como fazem alguns, sobre o significado<br />

da palavra voz. <strong>João</strong> é chamado voz por causa do dever que lhe<br />

foi imposto de clamar. Em termos figurativos, Isaías qualifica o miserável<br />

estado da Igreja de deserto, o qual parecia obstruir o regresso do<br />

povo; como se quisesse dizer que o caminho para o povo cativo estava<br />

bloqueado, mas que o Senhor encontraria uma via pelas terras inóspitas.<br />

Mas aquele deserto visível no qual <strong>João</strong> pregava era uma figura<br />

ou imagem do ermo solitário onde não havia nenhuma esperança de<br />

livramento. Se o leitor ponderar sobre esta comparação, logo perceberá<br />

que as palavras dos profetas não foram torcidas. Deus dispôs tudo<br />

de tal maneira como se pusesse um espelho desta profecia diante dos<br />

olhos de seu povo, esmagado por suas misérias.<br />

[1.24-28]<br />

E os que tinham sido enviados eram da parte dos fariseus. Portanto,<br />

perguntaram, e lhe disseram: Por que, pois, batizas, se<br />

não és nem o Cristo, nem Elias, nem um profeta? <strong>João</strong> lhes res-

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