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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 8 • 383<br />

dos os que pensam que Cristo aqui assevera sua plena inocência,<br />

só porque unicamente ele excede a todos os homens, no que tange<br />

ser ele o Filho de Deus. Pois esta defesa deve restringir-se ao que<br />

pertence a esta passagem, como se ele tivesse asseverado que nada<br />

podia ser apresentado para provar que ele não era um servo fiel de<br />

Deus. De igual modo Paulo também se gloria de que ele não tem qualquer<br />

consciência de crime [1Co 4.4], pois isso não se estende a toda<br />

a vida, mas somente no que concerne à defesa de sua doutrina e<br />

apostolado. Portanto, está fora de contexto especular, como fazem<br />

alguns, sobre a perfeição da justiça que pertence tão-somente ao<br />

Filho de Deus, visto que o único objetivo que ele tinha em vista é<br />

imprimir autoridade a seu ministério, como claramente transparece<br />

do que se segue, pois ele novamente adiciona imediatamente: Se eu<br />

falo a verdade, por que não me credes? Do que inferimos que Cristo<br />

está antes defendendo sua doutrina, e não sua pessoa.<br />

47. Aquele que é de Deus. Como ele tem pleno direito de tomar<br />

isso como admitido, ou seja, que ele é o embaixador do Pai celestial, e<br />

que ele cumpre fielmente o ofício que lhe foi confiado, em seu íntimo<br />

acende uma indignação mais forte contra eles, porquanto sua impiedade<br />

não mais se dissimulava, visto serem obstinados demais em rejeitar<br />

a Palavra de Deus. Ele mostrara que não podiam apresentar algo de concreto<br />

do que ensinara que não procedesse dos lábios de Deus. Portanto,<br />

ele conclui que nada tinham em comum com Deus, porque não davam<br />

ouvidos à Palavra de Deus, 37 e, sem dizer algo mais sobre si mesmo, ele<br />

os acusa de fazerem guerra contra Deus. Além disso, nesta passagem<br />

somos instruídos que não há um sinal mais evidente de uma mente réproba<br />

do que quando alguém não pode suportar a doutrina de Cristo,<br />

ainda quando, em outros aspectos, ela resplandecia com santidade angelical,<br />

como se, ao contrário, abraçando essa doutrina efusivamente,<br />

tivéssemos o que poderíamos chamar selo visível de nossa eleição. Porque<br />

aquele que possui a Palavra desfruta do próprio Deus, mas aquele<br />

37 “Ils n’oyent point les paroles de Dieu”.

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