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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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348 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

trem, imponha a si uma lei de inocência, do contrário, não estamos<br />

indo ao encalço de atos ímpios, e, sim, estamos sendo hostis às pessoas<br />

dos homens.<br />

Entretanto, dessa forma Cristo parece anular no mundo todas as<br />

decisões judiciais, de modo que ninguém ousará a dizer que tem o<br />

direito de punir os crimes. Porque, é possível encontrar um único juiz<br />

que não tenha a consciência de haver cometido algum erro? É possível<br />

encontrar uma única testemunha que não seja culpada de alguma<br />

falha? Portanto, é como se ele proibisse a todas as testemunhas de<br />

apresentar seu testemunho público, e a todos os juízes de ocupar seu<br />

tribunal. Eis minha resposta: esta não é uma proibição absoluta e ilimitada,<br />

por meio da qual Cristo proíba os pecadores de seu dever de<br />

corrigir os pecados de outrem. Senão que, por meio dessa palavra, ele<br />

apenas reprova os hipócritas que suavemente se lisonjeiam e abrandam<br />

seus vícios, contudo são excessivamente severos, e inclusive<br />

chegam a ser cruéis, ao censurarem outros. Ninguém, pois, será impedido<br />

por seus próprios pecados de corrigir os pecados de outrem, e<br />

inclusive de puni-los sempre que achar necessário, contanto que em<br />

si e nos outros ele odeie o que deve ser condenado. E além de tudo<br />

isso, cada pessoa deve começar interrogando sua própria consciência<br />

e agindo como testemunha e como juiz contra si mesmo, antes de<br />

chegar a outros. E assim, sem odiar os homens, faremos guerra contra<br />

os pecados.<br />

9. E sendo reprovados por sua consciência. Aqui percebemos<br />

quão grande é o poder de uma consciência em conflito. Ainda que<br />

aqueles hipócritas perversos tencionassem induzir Cristo a cair em<br />

suas sofismas, todavia sem embaraço ele fere suas consciências<br />

com uma única palavra, e envergonhados se põem em fuga. Este é o<br />

martelo com o qual devemos despedaçar a soberba dos hipócritas.<br />

Devem ser citados a comparecer diante do tribunal divino. Embora<br />

seja possível que vexame, com que se viram atingidos diante dos<br />

homens, tivesse maior influência sobre eles do que o temor de Deus,<br />

ainda é uma questão de muita importância que, de sua própria inicia-

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