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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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328 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

de que Cristo falou particularmente a seus inimigos, os quais tinham tomado<br />

conselho para destruí-lo. Pois ele ridiculariza seus esforços, visto<br />

que seriam totalmente ineficazes, até que chegasse o tempo decretado<br />

pelo Pai. E, ao mesmo tempo, ele os repreende por sua obstinação, porque<br />

não só rejeitavam, porém se opunham furiosamente, à graça que<br />

lhes é oferecida, e ameaça que não demora muito e ela será tomada<br />

deles. Ao dizer: eu estou convosco, ele censura sua ingratidão, porque,<br />

embora ele lhes fosse dado pelo Pai, tivesse descido da glória celestial<br />

para eles, chamando-os para que fossem seus íntimos associados, nada<br />

mais desejava do que assisti-los, contudo houve poucos que o receberam.<br />

Ao dizer: Ainda por pouco tempo, os adverte que Deus não mais<br />

suportará que sua graça seja exposta a um desprezo tão vergonhoso.<br />

Ele ainda afirma que nem sua vida nem sua morte estão postas à disposição<br />

deles, senão que seu Pai já fixou um tempo que se cumprirá.<br />

Eu vou para aquele que me enviou. Com estas palavras, ele testifica<br />

que não será extinto por sua morte, senão que, ao contrário,<br />

quando ele se desfizer de seu corpo mortal, será declarado o Filho<br />

de Deus pelo honroso triunfo de sua ressurreição, como se quisesse<br />

dizer: “Labutai o quanto puderdes, contudo jamais impedireis o Pai<br />

de receber-me em sua glória celestial, quando eu tiver cumprido o ofício<br />

de Embaixador que ele me confiou. E assim não só minha posição<br />

permanecerá imutável depois de minha morte, mas uma condição ainda<br />

mais excelente me será então propiciada”. Além disso, devemos<br />

extrair disto uma admoestação geral, pois enquanto Cristo nos chama<br />

à esperança de salvação pela proclamação do evangelho, ele está<br />

presente conosco. Pois não é sem razão que a pregação do evangelho<br />

seja chamada a descida de Cristo a nós, onde se diz: ele veio e pregou<br />

paz aos que estavam longe, e aos que estavam perto [Ef 2.17]. Se<br />

aceitarmos a mão que nos estende, ele nos levará ao Pai. E enquanto<br />

peregrinarmos por este mundo, ele não só demonstrará estar perto de<br />

nós, mas habitará incessantemente em nós. E se desconsiderarmos<br />

sua presença, ele nada perderá, senão que, afastando-se de nós, nos<br />

deixará totalmente alienados tanto de Deus quanto da vida.

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