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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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212 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

de graças e a publicação da glória divina forem computadas entre as<br />

obras de Deus, não constituía uma profanação do sábado testificar<br />

da graça de Deus durante o dia todo. Mas é primordialmente sobre si<br />

mesmo que Cristo fala, a quem os judeus eram mais hostis. Ele declara<br />

que a saúde do corpo que ele havia restaurado ao homem enfermo é<br />

uma demonstração de seu poder divino. Ele assevera ser o Filho de<br />

Deus, e que age da mesma forma que age seu Pai.<br />

Qual é o uso do sábado, e por quais razões ele foi ordenado, não<br />

discuto agora com mais fôlego. Basta para a presente passagem que a<br />

guarda do sábado longe está de interromper ou paralisar as obras de<br />

Deus. Ao contrário, ele dá espaço somente a elas. Pois, por que a lei<br />

ordena aos homens a que se abstenham de suas obras pessoais a fim<br />

de conservar todos seus sentidos livres e ocupados com a realização<br />

das obras de Deus? Consequentemente, aquele que não permite, no<br />

sábado, um livre curso e controle às obras de Deus é não só um falso<br />

expositor da lei, mas impiamente a subverte.<br />

Se alguém contestar dizendo que o exemplo de Deus é mantido<br />

nos homens, para que descansem no sétimo dia, a resposta é fácil. Os<br />

homens não se conformam a Deus neste aspecto, a saber: ele cessou<br />

de trabalhar, porém em abster-se das enfadonhas obras deste mundo e<br />

em aspirar o descanso celestial. O sábado ou descanso de Deus, 9 portanto,<br />

não equivale a ócio, mas consiste na verdadeira perfeição que<br />

traz consigo um tranquilo estado de paz. Tampouco é isso inconsistente<br />

com o que Moisés diz, ou, seja, que Deus pôs termo final a suas obras<br />

[Gn 2.2]; pois sua intenção é dizer que, depois de haver completado<br />

a formação do mundo, Deus consagrou esse dia para que os homens<br />

pudessem empregá-lo na meditação sobre suas obras.<br />

No entanto, ele não cessou de sustentar, com seu poder, o mundo<br />

que fizera, governando-o com sua sabedoria, sustentando-o com sua<br />

bondade e regulando todas as coisas de acordo com seu beneplácito,<br />

tanto no céu quanto na terra. Em seis dias, pois, completou-se a<br />

9 “Le Repos de Dieu.”

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