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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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160 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

como os papistas, correr de um a outro lado sem direção, e oprimir-<br />

-nos com exaustão inútil e sem objetividade. Mas quando Cristo entra<br />

em cena, já não vagueamos sem rumo, buscando remédio onde o mesmo<br />

não existe, mas corremos direto para ele. O único conhecimento<br />

real e proveitoso da graça de Deus é quando sabemos que ela nos<br />

é exibida em Cristo, e que a mesma nos é oferecida por sua própria<br />

mão. De igual modo, Cristo nos lembra quão eficaz é o conhecimento<br />

de suas bênçãos, visto que o mesmo nos incita a buscá-las e vivificá-<br />

-las em nossos corações. Se conheceras, diz ele, então pedirias. Não é<br />

difícil perceber o desígnio dessas palavras, pois ele tencionava aguçar<br />

o desejo dessa mulher, para que ela não desprezasse nem rejeitasse a<br />

vida que lhe era oferecida.<br />

Ele te daria. Com estas palavras Cristo testifica que, se nossas<br />

orações lhe forem endereçadas, não ficarão sem efeito. E deveras sem<br />

essa confiança a solicitude da oração seria totalmente arrefecida. Mas<br />

quando Cristo satisfaz aos que a ele vão, e se dispõe a satisfazer seus<br />

desejos, já não há mais lugar para indolência nem delonga. E não há<br />

ninguém que não sinta que isso é dito a todos nós, se não fôssemos<br />

impedidos por nossa incredulidade.<br />

Água viva. Ainda que a designação água seja emprestada da presente<br />

ocorrência, e aplicada pelo Espírito, não obstante esta metáfora<br />

é bem frequente na Escritura e repousa sobre bases as mais sólidas.<br />

Pois nos assemelhamos a um solo seco e estéril. Não existe em nós nenhuma<br />

seiva nem vigor, até que o Senhor nos regue com seu Espírito.<br />

Em outra passagem, o Espírito é igualmente denominado água pura<br />

[Hb 10.22], porém em um sentido distinto, ou, seja, porque ele nos<br />

lava e nos purifica daquelas imundícies com que estamos totalmente<br />

contaminados. Mas, nesta passagem e noutras similares, o tema ali<br />

tratado é a energia secreta por meio da qual ele restaura em nós a<br />

vida, a mantém e a conduz à perfeição. Há quem explique isto como se<br />

referindo à doutrina do evangelho, pessoalmente concordando que tal<br />

designação é plenamente aplicável, porém, creio que aqui Cristo inclui<br />

toda a graça de nossa renovação, pois sabemos que ele foi enviado

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