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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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424 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

acham enfermos pela malícia e depravação, seriam ofuscados pela luz<br />

que se lhes exibe. Em suma, visto que Cristo é, por sua própria natureza,<br />

a luz do mundo [Jo 8.12], é um resultado acidental que alguns se<br />

tornem cegos com sua vinda.<br />

Mas, uma vez mais se pode inquirir: Visto que todos são universalmente<br />

acusados de cegueira, quem são os que veem? Eis minha<br />

resposta: isso é expresso ironicamente à guisa de concessão, porque<br />

os incrédulos, ainda que sejam cegos, acreditam que sua vista é inusitadamente<br />

penetrante e poderosa, e inflado por tal confiança, não se<br />

dignam ouvir a Deus. Além disso, fora de Cristo a sabedoria da carne<br />

tem a aparência de realidade, porque o mundo não discerne o que é<br />

ser verdadeiramente sábio. Assim, pois, eles veem, diz o Senhor Jesus<br />

Cristo, 25 os quais, enganando a si mesmos e a outros com a néscia confiança<br />

em sua sabedoria, são guiados por sua própria opinião e creem<br />

que suas vãs imaginações equivalem a grande sabedoria. 26 Tais pessoas,<br />

tão logo Cristo surja no esplendor de seu evangelho, se tornam<br />

cegas, não só porque sua estultícia, que anteriormente estava envolvida<br />

pelas densas trevas da incredulidade, agora se põe a descoberto,<br />

mas porque, estando mergulhada nas mais profundas trevas pela justa<br />

vingança de Deus, perdem aquele pequeno raio sei lá de que tipo de<br />

luz que anteriormente possuíam.<br />

É verdade que todos nós nascemos cegos, mas até que, no meio<br />

das trevas da natureza corrompida e depravada, algumas fagulhas<br />

passem a brilhar, de modo que os homens difiram dos animais brutos.<br />

Ora, se alguém, inflado por soberba confiança em sua própria<br />

opinião, se recuse a submeter-se a Deus, o mesmo parecerá – à parte<br />

de Cristo – ser sábio, porém o esplendor de Cristo o golpeará com<br />

desvanecimento, porque jamais a vaidade da mente humana passa a<br />

ser descoberta até que a sabedoria celestial seja introduzida em seu<br />

íntimo. Cristo, porém, como eu já sugeri, pretendia expressar algo<br />

mais por essas palavras. Pois os hipócritas não resistem tão obstina-<br />

25 “Ceux voyent, dit nostre Seigneur jesus Christ”.<br />

26 “Pour une grande ságesse”.

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