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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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134 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

vida eterna, porque, pelo sacrifício de sua morte, ele fez expiação por<br />

nossos pecados para que nada nos impeça de ser reconhecidos por<br />

Deus como seus filhos. Portanto, visto que a fé abraça a Cristo, com a<br />

eficácia de sua morte e o fruto de sua ressurreição, não carece surpresa<br />

se por meio dela obtivermos igualmente a vida de Cristo.<br />

Todavia, não fica ainda muito evidente por que e como a fé nos<br />

outorga a vida. Seria porque Cristo nos renova mediante seu Espírito<br />

para que a justiça de Deus possa viver e ser revigorada em nós, ou<br />

seria porque, tendo sido purificados por seu sangue, somos considerados<br />

justos diante de Deus mediante seu perdão gratuito? Aliás, é certo<br />

que essas duas coisas estão sempre juntas, mas, como a certeza da<br />

salvação é o tema ora em discussão, devemos principalmente manter,<br />

por esta razão, que vivemos porque Deus nos ama soberanamente,<br />

não mais nos imputando nossos pecados. Por essa razão, menciona-se<br />

expressamente o sacrifício por meio do qual, juntamente com nossos<br />

pecados, a maldição e a morte são destruídas. Já explicamos o objeto<br />

dessas duas sentenças, a saber, informar-nos de que em Cristo tomamos<br />

posse da vida, da qual estamos inerentemente destituídos, pois<br />

nesta miserável condição do gênero humano, a redenção, na ordem do<br />

tempo, vem antes da salvação.<br />

17. Porque Deus não enviou seu Filho ao mundo para condenar<br />

o mundo. Aqui temos uma confirmação da afirmação precedente, porque<br />

não foi em vão que Deus enviou seu próprio Filho em nosso favor.<br />

Ele não veio com o fim de destruir e, por isso, segue-se ser o ofício<br />

peculiar do Filho de Deus que todo aquele que crê obtenha a salvação<br />

por meio dele. Agora não há razão por que uma pessoa viva em estado<br />

de hesitação ou de angustiante ansiedade quanto à maneira pela<br />

qual pode escapar da morte, ao crer que era o propósito de Deus que<br />

Cristo nos livrasse dela. A palavra mundo é uma vez mais reiterada, a<br />

fim de que ninguém pense que foi totalmente excluído, se tão somente<br />

conservar-se na vereda da fé.<br />

A palavra julgar é aqui posta em lugar de condenar, como é o caso<br />

em muitas outras passagens. Ao declarar que não veio para conde-

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