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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 1 • 55<br />

estéril a terra e destituídas de valor todas as coisas, caso queiramos<br />

participar dos dons divinos de outra forma que não seja através de<br />

Cristo. Na terceira, ele nos lembra que não carecemos de temer que<br />

nos falte alguma coisa, uma vez que extraímos tudo da plenitude de<br />

Cristo, a qual é, em todos os aspectos, tão perfeita, que descobrimos<br />

ser ela uma fonte inexaurível.<br />

<strong>João</strong> se classifica como parte do todo, não movido por modéstia,<br />

mas para realçar ainda mais que absolutamente ninguém é excetuado.<br />

É incerto se ele está falando de toda a raça humana em geral ou<br />

apenas daqueles que, desde que Cristo se manifestou em carne, têm<br />

participado mais plenamente de suas bênçãos. É verdade que todos<br />

os santos que viveram sob o regime da lei experimentaram dessa mesma<br />

plenitude; visto, porém, que <strong>João</strong> faz uma breve distinção entre<br />

as dispensações, é mais provável que ele esteja aqui exaltando aquela<br />

abundante riqueza de bênçãos que Cristo revelou quando veio ao<br />

mundo. Pois sabemos que, sob o regime da lei, eles tinham uma experiência<br />

muito escassa dos benefícios de Deus; e quando Cristo se<br />

revelou em carne, as bênçãos foram derramadas, por assim dizer, a<br />

mão cheia, à plena saciedade. Não que algum de nós desfrute de uma<br />

maior abundância da graça do Espírito do que Abraão, mas refiro-me<br />

à dispensação ordinária de Deus e de sua forma e método. Portanto,<br />

<strong>João</strong> Batista, fazendo o máximo para atrair seus discípulos a Cristo,<br />

declara que nele é oferecido a todos a abundância das bênçãos de que<br />

carecem. Mas não haveria absurdo algum se alguém preferisse forçar<br />

um significado adicional – ou, melhor, não é absolutamente contra o<br />

curso do argumento. Desde o princípio do mundo, todos os patriarcas<br />

extraíram de Cristo todos os dons que tiveram. Pois ainda que a lei fosse<br />

dada por intermédio de Moisés, contudo não foi dele que obtiveram<br />

a graça. Mas já deixei esclarecido qual é a explicação que adoto, a saber,<br />

que <strong>João</strong> aqui nos compara com os patriarcas para que, com isso,<br />

pusesse em evidência aquela proeminência que nos foi outorgada.<br />

E graça sobre graça. É bem notória a interpretação que Agostinho faz<br />

deste versículo: todas as bênçãos que nos são continuamente outorgadas

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