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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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102 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

muito mais fortes, por que não o impediram, salvo porque sua força se<br />

desvanecera e, por assim dizer, se quebrara?<br />

Todavia, tiveram algum motivo para fazer-lhe perguntas, porquanto<br />

não se pode permitir que alguém mude subitamente algum defeito e<br />

algo desagradável no templo de Deus. Certamente que todos têm a liberdade<br />

de condenar as corrupções, mas se um indivíduo anônimo se<br />

apresenta para removê-las, o mesmo será responsável por sua temeridade.<br />

Visto que o costume de negociar no templo era aceito, Cristo<br />

empreendeu algo novo e inusitado, e, portanto, mui corretamente lhe<br />

pedem para provar que fora enviado por Deus, porquanto baseavam<br />

seu argumento no princípio de que, em administração pública, não é<br />

lícito mudar qualquer coisa sem uma vocação e uma ordem definida<br />

da parte de Deus. Mas o ponto em que erravam era a recusa em admitir<br />

a vocação de Cristo, a não ser que ele efetuasse algum milagre, pois<br />

não constituía um princípio geral o fato de que os profetas e outros ministros<br />

de Deus realizaram milagres, nem ainda Deus se obrigara a tal<br />

necessidade. Estão, pois, errados em impor a Deus uma lei, exigindo<br />

um sinal. Quando os Evangelistas dizem que os judeus lhe fizeram uma<br />

pergunta, indubitavelmente querem dizer à multidão que ali estava, ou<br />

seja, toda a corporação da Igreja, como se estivessem dizendo que não<br />

foi pela palavra de um só ou de dois, mas de todo o povo.<br />

19. Destruí este templo. Aqui temos uma expressão alegórica.<br />

Cristo deliberadamente se expressou de forma um tanto obscura em<br />

virtude de considerá-los indignos de uma réplica direta – precisamente<br />

como em outra parte declara que lhes falava por parábolas porque<br />

não podiam compreender os mistérios do reino do céu [Mt 13.13].<br />

Mas, antes, recusa-lhes o sinal que pediram, seja porque ele não teria<br />

produzido nenhum bem ou porque ele bem sabia que ainda não chegara<br />

o tempo oportuno.<br />

Ocasionalmente, ele fazia algumas concessões, mesmo diante<br />

de seus pedidos injustificados. Portanto, deveria haver alguma forte<br />

razão por que ele o recusava agora. Mas, no caso de lançarem mão<br />

disto como uma justificativa pessoal, ele declara que seu poder se-

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