06.10.2015 Views

Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

314 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

transformá-los em novos homens, e mesmo como anjos que acabassem<br />

de descer do céu.<br />

Mas daquele que me enviou. Entretanto, Cristo mostra donde devemos<br />

derivar a autoridade da doutrina espiritual: exclusivamente de<br />

Deus. E ao asseverar que a doutrina de seu Pai não era sua, ele olha<br />

para a capacidade dos ouvintes, que não nutriam a seu respeito uma<br />

opinião mais elevada além de um homem comum. À guisa de concessão,<br />

pois, ele admite ser considerado diferente de seu Pai, porém ao<br />

ponto de nada apresentar senão o que o Pai determinou. O equivalente<br />

do que se declara é isto: o que ele ensina, em nome de seu Pai,<br />

não é uma doutrina humana, e não procedeu dos homens, podendo<br />

ser desprezado impunemente. Assim descobrimos por qual método<br />

ele granjeia autoridade para sua doutrina, isto é, atribuindo-a a Deus<br />

como seu Autor. Vemos também sobre qual base e por qual razão ele<br />

demanda que seja ouvido. É porque o Pai o enviara a ensinar. Ambas<br />

essas coisas devem ser possuídas por cada pessoa que toma sobre si<br />

o ofício de mestre e deseja desfrutar de credibilidade.<br />

17. Se alguém quiser fazer a vontade dele. Ele antecipa as objeções<br />

que porventura surgissem. Porque, já que ele tinha muitos<br />

adversários naquele lugar, alguém poderia prontamente murmurar<br />

contra ele nestes termos: “Por que te glorias no nome de Deus? Pois<br />

nem sequer sabemos se procedeste dele. Por que, pois, nos impões<br />

uma máxima que sequer admitimos que se aplique a ti, ou seja, que<br />

nada ensinas senão pela ordem divina?”. Cristo, pois, replica que o<br />

são juízo emana do temor e reverência a Deus, de modo que, se suas<br />

mentes nutrem boa disposição pelo temor de Deus, facilmente perceberão<br />

se o que ele ensina é ou não verdadeiro. Igualmente lhes<br />

administra uma reprovação indireta, pois, como é possível que não<br />

possam distinguir entre falsidade e verdade, 8 senão pelo fato de lhes<br />

faltar o principal requisito para o são entendimento, isto é, piedade e<br />

o solícito desejo de obedecer a Deus?<br />

8 “Entre la fausseté et la verité”.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!