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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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234 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

[Mt 3.17]. Pois ele afirma no pretérito que o Pai (μεμαρτύρηκε) testificou<br />

a fim de mostrar que ele não surgiu em cena como uma pessoa<br />

desconhecida, porque o Pai, desde os tempos de outrora, o distinguiu<br />

através de marcas peculiares, para que, portando-as consigo, pudesse<br />

ser reconhecido. Portanto, eis minha explicação: Deus testificou a<br />

respeito de seu Filho, nos tempos mais antigos, sempre que queria<br />

fomentar no povo antigo a esperança da salvação, ou prometeu que<br />

o reino de Israel seria plenamente restaurado. Dessa forma, os judeus<br />

teriam formado uma idéia de Cristo, desde os profetas, antes que ele<br />

se manifestasse na carne. Ao tê-lo diante de seus olhos, o desprezam,<br />

e, portanto, o rejeitam, mostrando claramente que não nutriam nenhum<br />

prazer pela lei, pelo quê Cristo também os reprova, e, contudo,<br />

se vangloriavam de seu conhecimento da lei, como se tivessem sido<br />

educados no seio de Deus.<br />

Vós jamais ouvistes sua voz. Depois de haver-se queixado de<br />

que não o receberam, Cristo explode em linguagem ainda mais severa<br />

contra sua cegueira. Ao dizer que jamais ouviram a voz de Deus, nem<br />

viram sua forma, ele usa expressões metafóricas por meio das quais<br />

tenciona expressar em termos gerais que eles estão totalmente alienados<br />

do conhecimento de Deus. Porque, visto que os homens se fazem<br />

conhecidos pelo semblante e pela expressão verbal, assim Deus nos<br />

faz soar sua voz através da voz dos profetas; e, nos sacramentos, ele<br />

assume, por assim dizer, uma forma visível, por meio dos quais ele<br />

possa tornar-nos conhecido de conformidade com nossa débil capacidade.<br />

Mas aquele que não reconhece a Deus em sua imagem vívida,<br />

claramente demonstra, por meio desse mesmo fato, que não adora<br />

nenhuma divindade, senão aquela que ele mesmo inventou. Por essa<br />

razão, Paulo diz que os judeus tinham um véu posto diante de seus<br />

olhos para que não viessem a perceber a glória de Deus na face de<br />

Cristo [2Co 3.14].<br />

38. E não tendes sua palavra permanente em vós. Esta é a<br />

verdadeira forma lucrativa quando a palavra de Deus se radica em<br />

nós, de modo que, sendo a mesma impressa em nossos corações,

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