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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 6 • 273<br />

mente recebidos por ele. Daí se segue que a doutrina do evangelho<br />

será salutar a todos os crentes, porque ninguém se faz discípulo de<br />

Cristo sem que não, em contrapartida, sinta e experimente ser ele um<br />

bom e fiel mestre.<br />

38. Porque eu desci do céu. Esta é uma confirmação da afirmação<br />

precedente, ou seja: que não buscamos a Cristo em vão. Porque a fé é<br />

uma obra divina, por meio da qual Deus mostra que somos seu povo<br />

e designa seu Filho para ser o protetor de nossa salvação. Ora, o Filho<br />

não tem outro desígnio senão cumprir as ordens de seu Pai. Consequentemente,<br />

ele jamais rejeitará aqueles a quem o Pai tem enviado a<br />

ele. Daí, finalmente, se deduz que a fé jamais será infrutífera. Quanto à<br />

distinção que Cristo faz entre sua própria vontade e a vontade do Pai,<br />

neste aspecto, ele se acomoda a seus ouvintes, porque, como a mente<br />

humana se inclina à desconfiança, costumamos inventar alguma diversidade<br />

que produz hesitação. Com o fim de eliminar todo pretexto das<br />

imaginações perversas, Cristo declara que ele se manifestou ao mundo<br />

a fim de poder realmente ratificar o que o Pai decretou concernente<br />

a nossa salvação.<br />

39. E esta é a vontade do Pai. Ele agora testifica que este é o<br />

desígnio do Pai: que os crentes encontrem salvação assegurada em<br />

Cristo, do que novamente se segue que todos quantos não tiram proveito<br />

da doutrina do evangelho são réprobos. Por isso, se virmos que<br />

ela se reverte na ruína de muitos, não temos razão para desapontamento,<br />

porquanto tais pessoas, voluntariamente, atraem o mal para<br />

si mesmas. Descansemos felizes neste fato: o evangelho terá sempre o<br />

poder de congregar os eleitos para a salvação.<br />

Que a nenhum eu perca. Isto é: “Que eu não permita que seja<br />

tirado de mim, ou que pereça”, pelo que ele quer dizer que não é o<br />

guardião de nossa salvação por apenas um dia, ou por uns poucos dias,<br />

mas que cuidará dela até o fim, de modo que nos conduzirá, por assim<br />

dizer, do início ao término de nossa trajetória. Esta promessa nos é<br />

prioritariamente necessária, a nós que miseravelmente gememos sob<br />

tão grande debilidade da carne, do que cada um de nós é suficiente-

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