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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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144 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

Esta comparação ocorre com frequência na Escritura, quando<br />

o Senhor intenta expressar o sacro vínculo de adoção, por meio do<br />

qual ele nos une a si. Pois, como se oferece para ser realmente desfrutado<br />

por nós, para que seja nosso, assim ele, com razão, exige de<br />

nós aquela fidelidade e amor mútuos que a esposa deve a seu esposo.<br />

Esse matrimônio se cumpre inteiramente em Cristo, de cuja carne e<br />

ossos somos nós, como Paulo nos informa [Ef 5.30]. A castidade exigida<br />

por ele consiste primordialmente na obediência ao evangelho,<br />

para que não permitamos desviar-nos de sua perfeita simplicidade,<br />

como nos ensina o apóstolo [2Co 11.2, 3]. Portanto, devemos estar<br />

sujeitos unicamente a Cristo. Ele deve ser nossa única Cabeça. Não<br />

devemos desviar-nos sequer um fio de cabelo da doutrina simples do<br />

evangelho; tão somente ele deve possuir a mais elevada glória, para<br />

que retenha o direito e a autoridade de ser nosso Noivo.<br />

Mas, o que os ministros devem fazer? Certamente o Filho de Deus<br />

os chama para que executem seu dever em relação a ele na condução<br />

do matrimônio sagrado. Portanto, seu dever é tudo fazer para que,<br />

de todas as formas, a esposa – que é confiado a sua responsabilidade<br />

– seja apresentada por eles como virgem casta a seu Esposo, o que<br />

Paulo, na passagem supracitada, se gloria de haver feito. Mas os que<br />

arrastam a Igreja após si, e não a Cristo, se fazem culpados de vilmente<br />

violar o matrimônio que deveriam ter honrado. E, quanto maior é<br />

honra que Cristo nos confere, fazendo-nos guardiãs de sua esposa, tão<br />

mais hedionda será nossa falta de fidelidade, se não nos esforçarmos<br />

em manter e defender seu direito.<br />

Portanto, esta minha alegria já se cumpriu. Significa que ele já<br />

alcançou o cumprimento de todos seus desejos, e que ele nada mais<br />

deseja, ao ver Cristo reinando e os homens dando-lhe ouvidos como de<br />

fato ele merece. Quem quer que tenha afetos tais que, pondo de lado<br />

toda consideração pessoal, exalte a Cristo, sinta-se feliz em ver Cristo<br />

sendo honrado, será fiel e bem sucedido em governar a Igreja. Todo<br />

aquele, porém, que muda o mínimo grau desse propósito será um vil<br />

adúltero, e outra coisa não fará senão corromper a esposa de Cristo.

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