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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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456 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

advogados e defensores da glória de Deus. A boa consciência deve,<br />

portanto, ser-nos como um muro de bronze, por meio do qual ousadamente<br />

repelimos as censuras e calúnias com que somos assaltados.<br />

Pois seja qual for a plausibilidade com que adornam sua malícia, e<br />

seja qual for a censura que por algum tempo arremessem contra nós,<br />

se lutarmos pela causa de Deus, ele não se recusará a defender sua<br />

verdade. Mas como aos ímpios jamais faltam pretextos para oprimir<br />

os servos de Deus, e como nutrem também uma empedernida impudência,<br />

ainda quando sejam vencidos não cessarão de caluniar-nos, e<br />

por isso temos a necessidade de exercer paciência e mansidão para<br />

suportarmos até o fim.<br />

Mas pela blasfêmia. A palavra blasfêmia, que entre os autores<br />

profanos geralmente denota certo gênero de censura, a Escritura imputa<br />

a Deus quando sua majestade é ofendida e insultada.<br />

Porque tu, sendo homem, a ti mesmo te fazes Deus. Há dois<br />

gêneros de blasfêmia: ou quando Deus é privado da honra que lhe<br />

pertence, ou quando se lhe atribui algo inadequado ou contrário a<br />

sua natureza. Por isso argumentam dizendo que Cristo é uma pessoa<br />

blasfema e sacrílega, porque, sendo um mero mortal, reivindica honra<br />

divina. E esta seria uma definição justa de blasfêmia, caso Cristo nada<br />

mais fosse do que mero homem. Apenas erram nisto: que não se dignam<br />

em contemplar sua Deidade, a qual é conspícua em seus milagres.<br />

34. Não está escrito em vossa lei? Ele se isenta do delito de que<br />

era acusado, não negando ser o Filho de Deus, mas sustentando que<br />

sua declaração era justa. Contudo adapta sua resposta às pessoas,<br />

em vez de dar uma explicação completa do fato, pois julga ser suficiente<br />

para o momento exibir a malícia deles. Ele não explica em que<br />

sentido se autodenomina o Filho de Deus, porém o declara indiretamente.<br />

O argumento que emprega não é extraído dos iguais, mas do<br />

menor para o maior.<br />

Eu disse: Sois deuses. A Escritura dá o título de deuses àqueles a<br />

quem Deus conferiu um ofício honroso. Aquele a quem Deus separou<br />

para ser distinguido acima de todos os demais é muito mais digno des-

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